Carlos Eduardo Behrensdorf
De RomaQuem anda pela Europa com pouco ou muito tempo sempre que pode aproveita para fazer algum trecho do passeio em trem.
Pode não ser muito barato em relação a alguns voos promocionais, mas também tem suas vantagens.Volta e meia digo por aqui que janela de trem é melhr do que televisão. Repito e confirmo.
E o balanço do trem é uma maravilha para quem deseja cochilar. Alguns trens por aqui andam a 300 por hora, ou seja, velocidade de aviãozinho...
Mais do tudo isso, o que chama a atenção em alguns paises são as estações ferroviárias. Lindas, modernas ou então tradicionais e também lindas, e o que é mais importante: limpas!
Só para dar uma pontinha de inveja em nós mesmos - que até sistema ferroviário eficiente já tivemos - aí vai uma foto da estação ferroviária de Sevilha.A mulher de 30 mudou
Carlos Eduardo Behrensdorf
De Roma
Em 1960 fui pela primeira vez ao Rio de Janeiro. E foi neste mesmo ano que um samba de Luiz Antônio estourou nas vendas no primeiro LP de Miltinho. Nome do samba: Mulher de Trinta.
Era cantado em bares, boates, clubes e nos famosos “inferninhos” de algumas das galerias de então numa Copacabana que não dormia.
A barra era tão limpa que se conseguia dormir numa praia onde os garis eram os despertadores.
A letra do samba é esta:
“Você mulher / Que já viveu /Que já sofreu /Não minta / Um triste adeus / Nos olhos seus
A gente vê / Mulher de trinta / No meu olhar / Na minha voz / Um novo mundo sinta
É bom sonhar / Sonhemos nós / Eu e você / Mulher de trinta, / O amanhã, / Sempre vem
“E o amanhã pode trazer alguém”.
Luiz Antônio era o nome artístico do carioca Antônio de Pádua Viera da Costa, coronel do Exército Brasileiro que como tenente lutou na Segunda Guerra Mundial.
Passou o tempo, mudou o Rio, mudei eu, mudamos nós, eu e você mulher de trinta. Para ela, a mulher, agora é que começa o bem-bom!
Festejam muito os 15 anos como se fosse O Aniversário. Não é. Quente é o 30º, indiscutivelmente, o dobro de 15 e por isso mesmo com alegrias redobradas, esperanças realizáveis ao alcance das mãos e um espelho amigo na maioria das vezes.
Sempre entendi que um dia depois do outro, quando houver oportunidade, é bom brincar de criança e sonhar um pouco com os olhos fechados, mesmo que seja por alguns minutos de folga no trabalho, no banho e até mesmo olhando uma vitrine em shopping sem prestar atenção ao que ela exibe.
A vida é boa se conseguirmos fazer o nosso arquivo de cabeça sem vírus, sempre a nossa disposição no momento oportuno. Sei que o esquecimento não é total, na verdade é como um quadro exposto ao tempo e ao vento que fica esmaecido.
A outra lembrança, a natural das coisas vividas e das ausências, “... el viento las lleva”, ou seja, o vento leva todas elas para a planície comum no Inverno do esquecimento.
A mulher de trinta é o Verão.
Carlos Eduardo Behrensdorf
De Roma
Em 1960 fui pela primeira vez ao Rio de Janeiro. E foi neste mesmo ano que um samba de Luiz Antônio estourou nas vendas no primeiro LP de Miltinho. Nome do samba: Mulher de Trinta.
Era cantado em bares, boates, clubes e nos famosos “inferninhos” de algumas das galerias de então numa Copacabana que não dormia.
A barra era tão limpa que se conseguia dormir numa praia onde os garis eram os despertadores.
A letra do samba é esta:
“Você mulher / Que já viveu /Que já sofreu /Não minta / Um triste adeus / Nos olhos seus
A gente vê / Mulher de trinta / No meu olhar / Na minha voz / Um novo mundo sinta
É bom sonhar / Sonhemos nós / Eu e você / Mulher de trinta, / O amanhã, / Sempre vem
“E o amanhã pode trazer alguém”.
Luiz Antônio era o nome artístico do carioca Antônio de Pádua Viera da Costa, coronel do Exército Brasileiro que como tenente lutou na Segunda Guerra Mundial.
Passou o tempo, mudou o Rio, mudei eu, mudamos nós, eu e você mulher de trinta. Para ela, a mulher, agora é que começa o bem-bom!
Festejam muito os 15 anos como se fosse O Aniversário. Não é. Quente é o 30º, indiscutivelmente, o dobro de 15 e por isso mesmo com alegrias redobradas, esperanças realizáveis ao alcance das mãos e um espelho amigo na maioria das vezes.
Sempre entendi que um dia depois do outro, quando houver oportunidade, é bom brincar de criança e sonhar um pouco com os olhos fechados, mesmo que seja por alguns minutos de folga no trabalho, no banho e até mesmo olhando uma vitrine em shopping sem prestar atenção ao que ela exibe.
A vida é boa se conseguirmos fazer o nosso arquivo de cabeça sem vírus, sempre a nossa disposição no momento oportuno. Sei que o esquecimento não é total, na verdade é como um quadro exposto ao tempo e ao vento que fica esmaecido.
A outra lembrança, a natural das coisas vividas e das ausências, “... el viento las lleva”, ou seja, o vento leva todas elas para a planície comum no Inverno do esquecimento.
A mulher de trinta é o Verão.