Governança da Internet, uma ova! Marco Regulatório da Comunicação, uma pinoia! Depois de muita ralação, enfim a internet chega e resgata as três grandes verdades de uma democracia: liberdade de credo, liberdade de pensamento e liberdade de expressão.
E vem essa bagaceirada chave-de-cadeia deitar falação e dizer que é preciso "democratizar as comunicações".
Essa caterva não conseguiu democratizar o país - a pandilha criou um regime que só parece livre quando comparado à ditadura - e quer porque quer trazer a censura de volta.
Essa raça mal-humorada confunde serena com retreita. Quer que a gente dance só a música que a banda bandalha toca... Pensa que liberdade é tipo assim uma estátua de cimento olhando para o porto de Nova Iorque. Ou um salvo-conduto para sair às ruas no Dia das Mães. Liberdade não é nem mesmo o Cristo Redentor de braços abertos sobre a Guanabara.
Essa malta não tem a menor noção do que seja liberdade, a não ser quando consegue se manter fora da cela, ou numa folgada prisão domiciliar. Caramba! Usar tornozeleira eletrônica não é moda! É cadeia. Isso não é liberdade.
Liberdade é um sentimento que vem de dentro. Que vem da virtude humana de poder pensar. Ninguém prende o pensamento. Liberdade é isso. Eu sou prisioneiro dessa minha visão, dessa minha ideia de liberdade.
A minha prisão é diferente do conceito de liberdade que essa linhagem mais maricas que varonil quer nos impor, nos enfiar goela abaixo.
O que é preciso que se diga é que a liberdade sem sonhos, sem nenhum ideal é mais daninha do que prazerosa, mais nociva do que proveitosa.
A minha liberdade é aquela em que o direito predomina sobre as paixões. É uma liberdade que, feita de justiça, me basta e me é suficiente. A minha liberdade me diz que sou feliz quando me dou conta de que nada tenho a temer e nada tenho que alcançar a não ser por minha própria liberdade de fazer.
Eu carrego dentro de mim um mundo de liberdade. Não preciso de liberdade alguma de quem quer que seja para sair em busca de liberdade. Se eu andasse pela vida à cata de quem me pudesse conceder o bem da liberdade, eu me contentaria em ser escravo.
Aceitaria até governanças de internet, marcos regulatórios da comunicação e outros golpes baixos que criadores e criaturas nos aplicam, como quem esteja construindo um reino de liberdades, sem a convivência com os bons costumes, com as igualdades e a justiça social.
A liberdade não é para mim nenhuma renúncia. Eu vivo abraçado com a minha liberdade. E ainda morro abraçado com ela. Ou então, eu não seria cativo da minha liberdade e nem a minha liberdade me faria seu eterno súdito. Liberdade é liberdade.
RODAPÉ - Isso tudo foi a propósito do másculo e destemido desabafo de Henrique Pizzolato que disse que "prefere morrer" a cumprir pena no Brasil.
Ora, logo ele, mais um preso político?!? Que revolucionário é esse; que tempo é esse que o Brasil da Silva está vivendo?
Pizzolato jamais será um homem livre. Não tem a menor noção do que seja liberdade. Quando pensou que tinha liberdade, roubou e abusou. Coitado, apenas seguiu os maus exemplos que vinham de cima.