Esse golpe descarado de "queimar" as fitas com gravações das reuniões do Conselho de Administração da Petrobras é tão sutil quanto a desculpa do amante só de cuecas para o marido que flagrou em sua cama, enquanto a mulher estava no banheiro: - Não é nada do que você está pensando!
É tão sem saída, é um ardil tão esfarrapado e repugnante; tão politicamente incorreto quanto alguém soltar uma bufa, quanto alguém "queimar uma bota" num elevador com apenas dois ocupantes que não assumem a culpa. Um olha pro outro e se faz de inocente: - Não fui eu!
Aí, então, o que poderia parecer um caso de agendar uma consulta médica para o frouxo deseducado do elevador, vira um flagrante caso de polícia nesse desarranjo da Petrobras.
Talvez fosse até o caso de escalar um cabungueiro para deslindar o mistério das gravações do Conselhão, uma espécie de latrina da Casa do Petróleo que já foi nosso.