VOTO DE RIQUEZA
Quando, há mais de 40 anos, troquei o curso de Direito na Faculdade de Direito da UFRGS, campus de Pelotas, pelo jornalismo puro e simples, fiz sem querer querendo voto de pobreza.
Ainda assim, matando um leão por dia, acabei ganhando um bom dinheiro em boas redações de todos os tamanhos e feitios.
De repente, me apercebi que o que me parecia muito, logo me parecia pouco sempre que eu queria um pouquinho mais.
Descobri assim que o triunfo nas pequenas coisas vale muito mais que as grandes ambições. Elas chegam, não se satisfazem em si mesmas, duram pouco e logo o doce sabor de ganhar passa a ter o amargor do medo de perder.
Hoje, aposentado e jamais inativo, meu voto de pobreza é a minha maior riqueza. Os donos do poder não têm a menor importância para mim: eles só têm emprego e dinheiro para me oferecer.
Não quero nenhum dos três: não quero emprego, nem dinheiro e muito menos quem mande em mim.