TEMER FICOU COM O LUGAR
E A CARA DE PEPE VARGAS
Michel Temer entrou de pé esquerdo no seu primeiro dia útil como articulador político do governo Dilma-2. Não me entendam mal quando falo em "pé esquerdo", é que isso na ótica dos que abominam a direita e o centro numa democracia, poderia parecer que Temer iniciou bem a sua primeira experiência como trabalhador de fato.
Não, esse "pé esquerdo" aí quer dizer quebrou a cara, deu com os burros n'água, tipo assim "ficou com cara de Pepe Vargas".
Pois, com suas maneiras de lorde bem sucedido, com cara de quem acabou de sair de um banho de sais perfumados, Michel Temer deu-se ao trabalho de telefonar para Luiz Henrique e Roberto Requião e pediu que ambos retirassem suas assinaturas de apoio à implantação da CPI do BNDES.
Babou no colarinho branco até então impecável. Levou um não de cada um.
O que isso quer mesmo dizer, não tem nada a ver com um primeiro passo em falso. O que isso quer dizer é que, um vice-presidente da República, seja qual seja essa república, não deveria se prestar ao triste papel de abafador de um escândalo que até agora se esconde numa caixa-preta que está em vias de ser aberta e desvendada.
Não, que uma CPI possa redundar em algo mais que uma enorme e tradicional pizza; sim que esta CPI do BNDES tem tudo para ser o pontapé inicial no traseiro de mais um antro de falcatruas.
Aí, com o início do jogo, o time da Polícia Federal entra em campo com o fardamento da Lava-Jato e a partida termina em goleada.
Michel Temer entrou de pé esquerdo querendo chargear os que começam a chutar de pé direito as bolas que correm frouxas das burras públicas para os cofres daqueles que vestem a amarrotada camisa do BNDES.