DOIS LUCIANO COUTINHO
NA CPI-2 DO PETROLÃO
Luciano Coutinho está na TV Câmara. Interpreta dois personagens de triste figura. De quando em vez é presidente do BNDES; de vez em quando é presidente do Conselhão da Petrobras.
Seu desempenho, tanto num papel quanto noutro é claudicante, hesitante, escorregadio, impreciso, fugidio e calculadamente respeitoso. Sua melhor deixa para cada diálogo é "Que eu me recorde, não".
Pior que esse desmemoriado Luciano Coutinho, só mesmo os despreparados políticos que o interrogam em mais uma sessão pífia da CPI-2 do Petrolão.
Se existe alguém, ou alguma instituição que possa fazer desse espetáculo bufo o início da abertura da caixa-preta do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, certamente não serão os perguntadores dessa triste encenação e muito menos o Parlamento brasileiro.
Pode ser que, por trás dos panos desse palco iluminado, a Operação Lava-Jato possa começar a limpar esse roteiro canastrão e transformá-lo em um belo e eletrizante romance policial.
Tanto quanto a Petrobras, o BNDES não é nem nunca foi um caso de política; é um caso de polícia.