O medo

TENHA MEDO DO QUE O GOVERNO PODE FAZER COM VOCÊ. NO BRASIL GOVERNAR É SATISFAZER NECESSIDADES FISIOLÓGICAS.

14 de abr. de 2015

E ENTÃO CANTE 
QUE O GOVERNO GARANTE

Numa espécie de rescaldo de um incêndio que não chegou a se consumar no dia 12 de abril, mas que inflamou uma vez mais os ânimos indignados dos brasileiros que já não suportam mais a corrupção, os desmandos e as desigualdades sociais, encontro o governo se comportando como uma brigada de heróis do fogo que chega atrasada e sem um plano de salvação.

E tem sido assim, o governo e seus aparelhos chegam sempre depois que o fato se deu, mas com a pompa e a circunstância de que ele foi a solução.

Você se lembra de como foi que o governo Dilma-1 se comportou diante da mobilização popular no meio do ano de 2013?

As "Forças Nacionais" foram mobilizadas, numa espécie de treinamento tático para "não ter baderna" nem ali e muito menos na Copa das Copas. Os Black Blocs foram acionados para empurrar você de volta para dentro de casa. O governo intimidou você e quem quer que tivesse a ousadia de protestar contra a corrupção e contra aqueles que se apropriaram do país.

Você se lembra da maneira como o governo reagiu à crônica da manifestação anunciada do último dia 15 de março?

Assustado, o governo ficou de prontidão na Esplanada dos Ministérios e mandou aqueles dois patetas - Rossetto e Cardozo - botarem o dedo na nossa cara, numa "coletiva" ridícula que foi abafada a panelaços pelo Brasil afora. A desarvorada dupla tentou esconder, mas não conseguiu por sua notória incompetência, que democracia não é a praia desse governo.

E você viu, agora, o que foi que o governo fez nesta manifestação do dia 12?

O governo fez cara de paisagem. Fez que não viu nada. Mais que ignorar, ele banalizou a mobilização popular e fingiu que esse tipo de reação de um povo é resultado da democracia que Dilma e seus sócios de poder implantaram e cometem no Brasil.

O golpe é simples: o governo e seus aparelhos, sua células multiplicadoras, vão setorizar os movimentos de rua e das redes sociais. Assim é que, em um momento vai ter passeata de bancários; no mês seguinte marcha de metalúrgicos; no outro, protesto de professores; mais adiante, de alunos com carteirinha da UNE; depois, movimento de mulheres que apanham; de fieis da igreja de esquina que não entregam os lotes vendidos no céu.

E o governo assim será o próprio show da democracia que Lula, Dilma, o PT & Associados inventaram para seu proveito e deslumbre.

Preste atenção! A estratégia de autopreservação que o governo vem aprimorando é o golpe de banalizar os movimentos de rua, virtuais ou sejam lá quais forem as formas que o povo usar para mostrar a sua indignação e desconformidade.

A ideia é, logo ali, o governo dizer que é ele mesmo que promove as manifestações populares por que é assim que o governo Dilma dá aulas de como se construir uma democracia. Ela já fez isso com a Lava-Jato. Diz pra Deus e todo mundo que "o meu governo manda investigar, julgar e punir os corruptos desse país".

Então veja, desde já,como as legiões do Stédile andam para cima e para baixo, invadindo e desmantelando terras férteis e cultivadas, pedindo reforma agrária sem que ninguém ali tenha plantado um único pé de couve na vida..

Então veja como o MST dos sem teto invade propriedades, edifícios e obras onde e quando bem entendem; não se fixam em lugar algum e fica tudo por isso mesmo. E, afinal, tem que ficar, já que se trata de mais um dos exércitos de Lula "que também sabem bater".

E assim, deixando passar desfiles e passeatas, marchas e contramarchas, o governo vai banalizando as manifestações populares. Logo ali, o governo estará coordenando o combate à corrupção, o "Fica Dilma", o "Lulalá", o "Viva o PT"...

Tudo mais ou menos assim, do mesmo jeito como Dilma está tentando mostrar que ela inventou a Lava-Jato e que a Petrobrás "já deu o que tinha que dar e agora está de pé".

Logo ali, pela banalização da coisa e pela sedução das mentiras repetidas que viram verdade, você estará numa manifestação de rua em cima de um carro de som com a logomarca do governo. E então cante que o governo garante.