A matéria é de Marta Salomon, do jornal O Estado de S. Paulo:
Tribunal de Justiça do DF barra negócio imobiliário de Agnello Queiroz.
Em nome do Mundial, o governo distrital quer transformar área tombada em polo hoteleiro contestado.
BRASÍLIA - A Justiça mandou suspender um negócio milionário que, em nome da organização da Copa do Mundo de 2014, o governador Agnelo Queiroz (PT) quer fechar com a indústria da construção civil do Distrito Federal.
Ele pretende transformar uma área livre de 85 mil metros quadrados, na região central de Brasília, em nova quadra de hotéis e flats que avança sobre a área tombada da capital e aumenta o gabarito dos prédios em até 441%.
Avaliada em R$ 700 milhões, a área foi oferecida ao mercado imobiliário como forma de financiar as obras do Mané Garrincha, estádio para 71 mil torcedores.
E o Sanatório fica por aqui mesmo. A matéria do Estadão diz ainda que Agnelo vai acionar todos os mecanismos legais capazes de fazer valer a sua vontade. Mais que vontade, isso é apetite.
Desmantelar o planejamento urbanístico de Lúcio Costa é uma afronta - e veja que dessa vez nem se fala em mais uma obra para Oscar Niemeyer, o arquiteto que nunca soube o que é uma licitação - é uma afronta e um descalabro.
Descalabro maior ainda quando se pensa em um estádio para 71 mil pessoas em uma cidade que não tem a menor identificação com o futebol. Bola, em Brasília, é coisa de lobista, mensaleiro, aloprado, sanguessuga, deputado, senador, governador...
Esse projeto milionário em torno de um estádio que mal e porcamente implodiu a imagem da Alegria do Povo, Mané Garrincha, é só mesmo para quem tem muita fome de bola.