Aí, então, com Dilma no olho do furacão, Lula deixa de lado a roupagem de novo-rico palestrante internacional e assume o velho personagem do viajante que faz o caminho inverso do velho retirante: deixa São Paulo rumo ao agreste do Norte e Nordeste.
São os primeiro impulsos de sua corrida até 2014, passando por cima do próximo ano quando as eleições são mais que citadinas, suburbanas. É o Seu Encarnado, alter ego de Lula que não desencarna do poder e bota o pé na estrada.
Vai em busca de alianças, para evitar prévias dentro do PT. Evita prévias para 2012 e, por consequência inevitável, deixa o campo livre para 2014 quando o pé sai da estrada e sobe a rampa.
Nesse meio tempo, seus companheiros bons e batutas tocam o projeto de angariar fundos para o novel Instituto Lula - usando a Lei Rouanet como guardachuva para livrar do Leão da Receita as doações de banqueiros, empreiteiros, industriais de sempre. Isso é melhor do que doação para campanhas, já que não precisa prestar contas ao TCU nem nada.
É a corrida desabalada rumo ao Palácio, saltando por pequenos obstáculos como Dilma e Dirceu. O PT - como qualquer partido político barsileiro - só poderá ter um candidato à Presidência em 2014. Sem prévias, Lula ganha de barbada a competição intestina. Afinal ele é o presidente de honra do PT. Isso é - pasmem! - muito mais importante do que ser presidente da República.