O medo

TENHA MEDO DO QUE O GOVERNO PODE FAZER COM VOCÊ. NO BRASIL GOVERNAR É SATISFAZER NECESSIDADES FISIOLÓGICAS.

4 de jul. de 2011

FAIRPLAY ENGANADOR

Sempre com um ar de fairplay no rosto, Mano Menezes é muito mais um porta voz de Ricardo Teixeira, do que um treinador convincente.

Desde seu primeiro compromisso como técnico, em 10 de agosto do ano passado, que a Seleção Brasileira não joga absolutamente nada.

Mano Menezes é, no entanto, o melhor public relations que a CBF já teve: calmo, sereno, voz pausada, sorriso escasso, brabeza mal-contida, autoridade consentida, jeito maneiro de lidar com a mídia, ele tem tudo para ser tranquilo mesmo.

Nada lhe falta por parte da turma de Ricardo Teixeira: liberdade de ação, patrocinadores de peso, equipamentos adequados, concentrações de luxo, viagens de primeira classe, hotelaria de estrelas fulgurantes, salário do mesmo padrão, regalias às escâncaras... Tudo para fazer só isso, apenas isso; tudo para pensar naquilo, só pensar naquilo. Só lhe falta ser, além da boca do túnel, o técnico que o futebol brasileiro merece.

Rememore a campanha de Mano Menezes com a Seleção Brasileira:


10 de agosto de 2010 - Amistoso - East Rutherford (EUA) Brasil 2 x 0 Estados Unidos;
07 de outubro de 2010 - Amistoso - Abu Dhabi (UAE) - Brasil 3 x 0 Irã;
11 de outubro de 2010  - Amistoso - Derby (ING) Brasil 2 x 0 Ucrânia;
17 de novembro de 2010 - Amistoso - Doha (QAT) Brasil 0 x 1 Argentina;
09 de fevereiro de 2011 - Amistoso - Paris (FRA) Brasil 0 x 1 França;
27 de março de 2011 - Amistoso - Londres (ING) Brasil 2 x 0 Escócia;
04 de junho de 2011 - Amistoso - Goiânia (BRA) Brasil 0 x 0 Países Baixos;
07 de junho de 2011 - Amistoso - São Paulo (BRA) Brasil 1 x 0 Romênia;
03 de julho de 2011 - Copa América - La Plata (ARG) Brasil 0 x 0 Venezuela 

Pronto, taí ó! O Brasil de Mano Menezes só pegou galinha morta pela frente e, assim mesmo, só contra a poderosa esquadra do Irã conseguiu uma estrondosa, fantástica, extraordinária goleada de 3 x 0, maior diferença alcançada nesse larga e folgadíssima temporada de amistosos.

Quando enfrentou duas equipes do grupo top ten da escala internacional foi derrotado. Perdeu para a Argentina e para a Inglaterra que já não ganham de ninguém há muito tempo. Há, nesse medíocre passeio de Mano Menezes pelo mundo do futebol resultados tão desmoralizantes quanto as piores derrotas, como aquele notável 0 x 0 com o time dos Países Baixos, em São Paulo.

Esse empate com a Venezuela, primeiro jogo valendo mais que um desses caça-níqueis que foram cumpridos até agora, mostrou a verdadeira face de Mano Menezes: escalou mal e mexeu pior.

Zero a zero diante de uma seleção de fanáticos por baseball não tem justificativa. Nem mesmo para um técnico de lábia atualizada, sem extroversão, sem aquele velho sotaque dos Pampas.

Depois de um desastre desses, ao ficar assim com essa cara de dunga, é sinal de que já está mais do que na hora do contido Mano Menezes ouvir o ensinamento típico dos bons gaúchos balaqueiros quando enfrentam um desafio:

- O dia que eu cair de égua, não monto mais em cavalo!

A Copa América tem isso de bom, pode ser a porteira por onde vai passar um boi e toda a boiada. Mano Menezes tem que se tocar de uma vez por todas que até o seu emburrado conterrâneo Dunga não deixou o cavalo passar encilhado: foi campeão desse torneio.