No transcurso da pelada houve algumas surpresas. A primeira delas: quando a torcida pensava que tudo estava saindo dentro de campo conforme o Mano Menezes planejara, eis que de repente, não mais que de repente, sai o gol do Brasil! A segunda, inimaginável: o gol foi de... Jadson!
Aos 10 minutos do segundo tempo veio o lance mais merecido para o futebol que o time de Mano Menezes apresentava: gol do Paraguai! Tudo bem, mas Vanderlei Luxemburgo não precisava vibrar do jeito que vibrou na frente da TV.
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Jogo empatado, uma coisa saltava aos olhos: só o sistema de jogo de Mano Menezes é capaz de reunir Pato, Ganso, Neymar e o espírito irrequieto e indomável de Robinho numa seleção e torná-los bisonhos a um só tempo. Com Jadson no lugar de Robinho a turma era um quarteto mais trapalhão do que aquele lá do Ministério dos Transportes. Um escandalo.
Não demorou nada, sem qualquer novidade, o Paraguai fez um gol de retruque. Como a arbitragem era nossa, aos invés de valer dois, valeu um só. Assim é que, àquelas alturas do campeonato, o placar era mais do que legítimo: Paraguai 2 x 1. Tudo bem, mas o Muricy Ramalho não precisava fazer aquela cara que fez diante da TV.
De resto, nada mais que se pudesse relatar em súmula. Daniel Alves continuou com aquelas tatuagens bem mais à flor da pele do que a disposição que deveria ter para fazer jogadas de linha de fundo, coisa que não acontece há 180 minutos. Pelo menos a favor do Brasil. O único lance de linha de fundo que ele fez, redundou no gol paraguaio.
Já o Fred foi notável. Jogou para sepultar definitivamente as esperanças de que a Seleção do Brasil apresente nessa Copa América o futebol que, um dia, a fez pentacampeã do mundo: tocou uma vez na bola e fez o gol que garantiu o emprego de Mano Menezes - dono de uma trajetória mais pífia que a de Paulo Roberto Falcão, no século passado.
Fim de jogo. Até que enfim. Aí, o cansativo Mano Menezes vai para mais uma daquelas entrevistas coletivas tipo palestra de workshop e mostra-se como é, convence mais como painelista do que como técnico de futebol. Minimiza as consequências de suas orientações e burocratiza as bisonhices dos jogadores, não sem antes aproveitar para veladamente colocar-lhes a culpa pelos maus resultados. Mano é maneiro, terceiriza a responsabilidade de cada insucesso na hora de salvar a pele.
Conclusão do que se viu até agora nessa Copa América depois de duas rodadas completas: Neymar é tão humano quanto Lionel Messi.
RODAPÉ - Vicente Feola, dormindo a sono solto no banco da Seleção, era muito melhor do que Mano Menezes desperto e esperto.