No topo do poder antes até dos tempos em que Zé Sarney escalou a rampa que Tancredo Neves subiu em um sarcófago, o PMDB é o governo invísivel do Brasil de Collor, de Itamar, de FHC, de Lula e agora de Dilma.
O partido de Michel temer é o cardeal Richelieu de todas as presidências; é a eminência em que todos os gatos são pardos.
O PMDB, através dos tempos, tem o dom da incolumidade. Essa carcaça intransponível vem de sua própria essência de carteador inveterado que joga cuidadosa e friamente todas as fichas, em cada rodada, em cada lance, em cada aposta. Isso vem de longe, vem de lá quando era ainda uma sigla sem o P de partido; de quando era só MDB e fazia jogo de cena em descarada impudência com a Arena.
Mas a política é dinâmica. Quando os políticos querem; quando os políticos têm vontade política. E quando parece que é assim, assim é: basta procurar para achar.
Agora que o Ministério dos Transportes de Valores do Brasil já está caindo pelas tabelas, já saiu do armário e está ficando fora de moda, a primeira-presidenta Dilma bem que poderia, valendo-se da estratégia de juntar a chave do cofre com um cabra da peste para ter um bode expiatório, mandar prestar bem atenção na turma do PMDB que pegou o osso e não larga no seu governo.
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Dilma pode, só para não se indispor com as forças ocultas, fazer da mídia em geral o seu bode expiatório, induzindo os jornalistas investigativos a pautarem os ministérios de seu mais próximo e maior aliado, o partido do seu vice-presidente, Michel Temer. Vejam só esse time de candidatos a bola da vez:Edison Lobão, das Minas e Energia; Garibaldi Alves, da Previdência; Pedro Novais, do Turismo; Moreira Franco, da Secretaria de Assuntos Estratégicos e Wagner Rossi, da Agricultura.
Haverá tanta coisa, tanto barraco, tanto bode para a mídia descobrir, fazer e mostrar que, até as eleições de 2014, não sobrará tempo para espiar os ministérios do PT.