Moisés Pereira
Não sei se foi porque o Monarca da CBF Ricardo Teixeira escolheu oDunga para treinador da nossa seleção que o Grondona, Monarca deles,escolheu o Maradona para dirigir o time platino. As razões foramdiferentes, enquanto aqui o objetivo era de líder forte que pudessepor ordem na casa depois do fiasco da Alemanha comandado por Zagallo e Parreira, lá recorria-se a um mito que com seu carisma pudesse levar a Argentina à Copa do Mund

Estou entre aqueles que entendiam que Dunga não era a melhor escolha. Não tinha expe-riência, currículo e mais parecia uma jogada ensaiada para queimá-lo e voltarmos às carioquices de última hora, exceto Felipão em 2002. E era menos pela era Dunga inspirada por Lazzaroni,e mais pela Copa que empatamos em 94 com Dunga como capitão, edecidimos nos penaltis. O tempo decorreu e a realidade, sempre soberana se impõe. Hoje o Brasil surfa em águas tranquilas nas eliminatórias e embora a aridez de craques sobressai um conjunto bem articulado onde Nilmar entra e joga mais que Robinho, Ronaldinho Gaúcho é barrado e ninguém lembra mais do "traíra", Felipe Mello chega e sai jogando com naturalidade, além de termos um goleiro excepcional.
Seria Dunga o"Cara"? Não penso assim. Faz um bom trabalho, o Jorginho parece um bom coadjuvante e está dando certo. Certo também que as cornetas do centro do país estão à espreita para, na primeira recaída, cair de pau.
Já referi que a safra de jogadores no Brasil não é a melhor, mas com um futebol organizado e com alguma qualidade é suficiente para impor-se no continente. Para a África em 2010 ainda é cedo para umaprevisão nestre momento.Se este Dunga quando jogador era limitado, tosco e quebrador de bola, Maradona era craque gênio e considerado DIÔS, com os pés e as mãos.
Aí nada a nos favorecer. Lógico que no aspecto pessoal Dunga seria o genro escolhido, bom filho, bom pai, todo certinho até quando foi humilhado pelo Inter que rescindiu seu contrato unilateralmente e ganhando a ação na justiça destinou os ganhos para uma entidade de filantropia.
Por outro lado Maradona já no campo era marcado porpráticas condenáveis, dópping, daí até as drogas foi um passo e oinferno astral passou a ser seu habitat numa vida mais do que conturbada...
Agora esta experiência na seleção dá área de fim de história. Seu time que além de Messi também carece de valores é um todo perdido em campo, confuso, sem alma e à deriva. Parece reflexo do comandante. Enquanto a maioria dos brasileiros delira com esta desgraça também influenciada pela ironia do Galvão Bueno eu, particularmente lamento. Sem a Argentina a Copa da África do Sul será menor.