O medo

TENHA MEDO DO QUE O GOVERNO PODE FAZER COM VOCÊ. NO BRASIL GOVERNAR É SATISFAZER NECESSIDADES FISIOLÓGICAS.

14 de set. de 2009

A BOA COMPANHIA

Foto: info.planalto.gov.br
A Companhia Vale do Rio Doce promove, em grande estilo dia 23, no Jockey Club do Rio de Janeiro, o épico “Lula, o filho do Brasil”, durante o evento Vale Open Air. Já foi dado a saber que mil jovens de comunidades carentes poderão ver a obra prima cinematográfica sobre o presidente. O filme vale como presença na chamada de aula.

O maior patrocinador da obra cinematográfica que retrata Lula foi Eike Batista, filho de Eliezer, o velho e eterno mandarim da Vale. Eike doou US$ 1 milhão para a produção, apostando muito mais na amizade com o presidente do que no sucesso de bilheteria.

Eliezer entra na história como pai de Eike Batista e isso tem importância pelo que se verá logo adiante. Eliezer fez 85 anos em maio, é um velho forte, culto e esperto. Autodidata, fala inglês, russo, francês, italiano, alemão, espanhol, até português e, de quando em vez, leva na conversa madames ambiciosas que se chegam por perto querendo agradar.

Mas o que tem tudo isso a ver com as calças? É que Lula está elucubrando mais um grande pulo de gato a favor do seu núcleo de poder. Vem articulando a indicação de Sérgio Rosa – figuraça do petismo sindical – para o cargo de presidente executivo da Vale. O cara tem todas as fichas para assumir a boa Companhia, logo que termine seu mandato presidencial no Previ, o trilhardário fundo de previdência dos funcionários do Banco do Brasil.

Essa manobra futrica o grupo Bradesco que tem como seu afilhado o atual presidente da Vale, Roger Agnelli. O golpe de Lula conta com a parceria de Eike Batista que já está de olho, por sua vez, numa cadeira de conselheiro de administração da Vale. Dali ele pretende comprar fundos de pensão afiliados à Companhia.

É assim que o filho de Eliezer Batista, padrinho de Sérgio Rosa – começaria a ter influência efetiva na Vale – avaliada hoje em mais de R$ 190 bilhões. É bom não esquecer – embora já tenha sido rezada a missa de 7° Dia – que a Vale teve seu controle acionário repassado por apenas R$ 3,3 bilhões, em 1997, no dadivoso governo de Fernando Henrique Cardoso.

Enquanto isso, Eliezer Batista vai colecionando aniversários e senhoras gulosas que estão loucas para meter a mão no bolo. Mas, isso ele tira no sopro de um fôlego só: come e se lambuza, como sempre.