Moisés Pereira
Caminhando no calçadão em Balneário Camboriú onde passei a ter uma morada alternativa para os dias em que fico longe do Grêmio e da Lolita em Porto Alegre, pensei no que li ontem na imprensa quando se referia ao momento feliz do Ronaldinho gaúcho no Milan italiano.
Esta manifestação ocorreu exatamente quando um períódico espanhol noticiava queRonaldinho desiludido pensava em encerrar sua carreira. Não é a primeira vez que o filho de Dona Miguelina vem a público expressar seu momento feliz.
A primeira lembrança que me vem à mente foi em 2001 quando começava a aparecer como destaque no time do Grêmio, em competições internacionais, nas seleções de base da CBF, e jurava todo o amor pelo tricolor onde estava muito feliz.
Enquanto isso tramava abandonar o clube como fez indo para o PSG de Paris, depois de muitas polêmicas, inatividade compulsória e sentimento de traição no início da vigência da Lei Pelé.
Nenhum outro ídolo esportivo neste país conduziu tão mal seu rompimento com o clube que o projetou e a seu irmão como naquele episódio que envolveu Ronaldinho Gaúcho e sua saída do Grêmio.
Até hoje não tem mais espontaneidade para transitar livremente em Porto Alegre sendo que as festas de sua Banda de Pagode são realizadas às escondidas na capital gaúcha ou em Santa Catarina, tal o abismo que cultivou nas relações com o mundo tricolor do sul.
Outro momento em que declarou estar feliz foi no Barcelona onde atingiu o ápice de sua carreira tão brilhante quanto contraditória devido a suas atitudes e reações anímicas, inclusive na SeleçãoBrasileira.
O resultado deste novo momento feliz foi sua transferência milionária para o Milan deixando a Catalunha no meio de muitas críticas e dúvidas sobre a lisura de sua conduta.
Eis que Ronaldinho diz estar vivendo mais um momento feliz no Milan. Não posso deixar de desconfiar de que vem aí mais um grande negócio para a familia Moreira.
O tempo nos mostrará o futuro, enquanto isso, este extraordinário jogador, detentor de um dos maiores salários do mundo não consegue atingir tudo o que dele se esperava e vive refém demuitos cifrões que habitam sua vida desde muito cedo.