O medo

TENHA MEDO DO QUE O GOVERNO PODE FAZER COM VOCÊ. NO BRASIL GOVERNAR É SATISFAZER NECESSIDADES FISIOLÓGICAS.

29 de set. de 2009

Democracia para os soldados

Vamos parar de sacanagem. Já está mais do que na hora de parar com esse regabofe que os governos que temos sofrido vêm fazendo conosco aqui no Brasil. É bom que a gente comece a falar sério sobre esse jugo cínico, irônico, hipócrita, escrachado que chamam de democracia.

Há dezenas, quem sabe até centenas, de definições sobre o que é democracia. Democracia do Brasil Da Silva é escracho totalitarista. Começa que, na contramão da liberdade individual - marca fundamental dos regimes democráticos - o eleitor brasileiro é obrigado a votar. Isso é pura contradição à essência, ao espírito, à alma democrática.

Atrás desse entulho que conspurca, mancha e fere a nossa vontade, o nosso direito de escolha, a nossa disposição soberana de ir e vir, ou de não ir nem de vir às urnas em dias de eleição está escondido o saco de autoritarismo que faz do voto o pior e o mais escuro lado da democracia. Um lado em que se omiziam, se hospedam com cinco estrelas, partidos, diretórios, conselhos, comissões, aparelhos, referendos, plebiscitos, tribunais de todos os graus eleitorais - urbanos, estaduais, federal da Silva.

Debocham da nossa cara quando nos emprestam o direito de, em sendo obrigados, não precisarmos escolher as figuras que nos impõem a cada pleito: nosso voto pode ser branco ou nulo. E assim nos enganam - que nós gostamos - e ganham o que apelidam de representatividade popular.

O voto é, no Brasil da Silva, o grande cobertor que cobre os pés-rapados dos nossos ídolos de barro que pululam em andores armados para as procissões eleitorais a que estamos, todos nós maiores de 16 anos de idade, obrigados constitucionalmente a acompanhar em nome da fé inabalável na democracia que já foi morena, no tempo em que Brizola falava e que hoje, sem frescura, daquilo que o caudilho desbibolado dizia serem "dias de sapo barbudo", é um arco-íris de engodos e armações cretinas.

Que democracia é essa, companheiro? Não queremos, não gostamos do que está sendo posto à prova, não desejamos fazer parte desse circo, então por que nos fazem de palhaço? O sarcástico Carlos Imperial dizia que "a vaia é o aplauso de quem não gosta"... Não se pode dizer o mesmo do voto nulo, nem do branco. O jeito de mostrar que não se concorda com a democracia que está aí debruçada na falsidade das urnas é não perdermos tempo, nem ombridade, indo até onde elas, indecentes, desbragueladamente nuas e cruas, se encontram a nossa in/disposição.

Nada está mais próximo de uma ditadura do que a impostura de um voto. Então, que patifaria de democracia é essa, companheiro?!? Para ser meio hondurenho hoje com essa gentalha que comanda a massa e balança a pança: - A otro perro con ese hueso!

Para não anular o dito espanhol, nem deixar que passe em brancas nuvens para os comunicadores do Ministério da Verdade de Lula do Brasil, verte-se o refrão para o português que Lula ortografou sem ler, há bem pouco: - Vá contar essa história para outro que eu não sou trouxa!

Quiuspariu! A democracia teve sua origem na crença de que, sendo os homens iguais em certo aspecto, iguais eles seriam no todo. Já é um tremendo tropeço. Mas, dizem ao correr da chamada liturgia do poder, que "a pior das democracias é melhor que a melhor das ditaduras". Outra piada infame e pornográfica desses biltres: a democracia melhor é a melhor democracia.

É bem desse jeito que os artistas principais - governo e seus circunstantes, ministros, deputados, senadores e palhaços em geral - desempenham seus papéis na arte de fazer crer que, na democracia deles, quem está atuando é o povo.

É bem assim desse jeito de jaquetão que eles outorgam, pelo instituto do voto obrigatório, o direito de cada eleitor ser o opressor de si mesmo. O que se deseja para chegar à democracia verdadeira é muito simples: que ela não seja, pela força do tirânico voto obrigatório, a consagração do vício dos canalhas de sempre colocada ao alcance de todos nós.

A continuar assim, não se arrependam e nem se espantem se, amanhã ou depois, o único remédio contra esse feitio escrachado e torpe de democracia, não sejam os soldados.