Eduardo Campos e Lulalá
E foi então, quando Lula transformou o 33º aniversário do PT na celebração dos "10 Anos de Governo" que se concretizou, com pleno domínio e de fato, a ditadura que ele impõe ao partido e quando também se revelou às escâncaras a sua irresistível vocação para a autolouvação.
Falar mais nos 10 anos de poder petista do que nos 33 anos de vida do PT é a mais nítida e eficaz forma de promover a volta de Lula ao Palácio. E o que poderia ser uma sombra de dúvida quanto ao golpe que ele já iniciou rumo à rampa, dissipou-se quando ele se apresentou luminosamente como cabo eleitoral de Dilma para 2014. Quem o conhece bem sabe melhor ainda: sempre que Lula diz uma coisa está dizendo outra.
Lula vai usar os 10 Anos de Governo do PT como catapulta para andar pelo Brasil de fora a fora, contando causos e mostrando como é que se fez e se faz com uma nação quando se conta com um presidente como ele, pai do PAC, Pai dos Pobres e Filho do Brasil.
Com o slogan "10 Anos de Governo do PT" no mais alto estilo Bye Bye Brasil, Lula vai mostrar em caravana com quantos paus se faz uma canoa para se transpor as águas do São Francisco, enquanto se tempera um país com Pré-Sal.
Agora que caiu a ficha, Dilma Vana - a mineira mais gaúcha do Brasil está, como se dizia no tempo dos carreteiros, "na ponta dos cascos". É que, imediatamente ao anúncio de Lula em prol da reeleição de Dilma, o pernambucano Eduardo Campos virou candidato também.
Dilma, jogando pra torcida, até diz que acha a pretensão de Eduardo Campos "legítima" e coisa e tal. No entanto, com uma ponta de mágoa encravada no peito, a primeira-presidenta faz saber entredentes que a sua permanência como presidenta diligenta do Brasil seria o caminho mais curto para Eduardo Campos, um cara de olhos transparentes, moço e que se acha bonito, ser presidente em 2018.
Dilma não diz, mas quem anda ao seu derredor sabe que ela vê a candidatura de Eduardo Campos como uma manobra para enfiar a volta de Lula pela sua goela abaixo. Na súmula desse jogo duro, o governador pernambucano e dono do PSB estaria escalado no time dos lulistas que só pensam naquilo: a volta de Lula já!
RODAPÉ - Ainda pelo início dessa corrida ao Palácio, ficará demonstrado que a reeleição de Dilma sem o PSB de Campos como aliado poderá balançar e até acabar sob as asas dos tucanos, um delírio que só a imaginação fértil de Lula poderá fazer brotar. Mas brotará. E então será chegada a hora de dizerem a Dilma que "para o bem do povo, pelo povo e para o povo" só o Divino Mestre nos salvará. Eduardo Campos trocará sua sonhada candidatura a presidente pelo honroso e lucrativo lugar de vice, ao lado do Deus de Rosemary. E Dilma então, nem segunda-dama será, eis que mandou fechar a versão do governo federal em São Paulo.
