Foto: R. Stuckert F°/PR
Não, não foi nessa mesa que eles almoçaram. Aqui, eles nos "jantaram" mais uma vez. Esses senhores dos anéis e de colarinhos brancos que, pobres coitados, não conseguem ganhar mais do que um salário mínimo por mês, inauguraram a pedra fundamental do golpe da erradicação da miséria no país.
Apelidaram a urdidura de "Plano Brasil sem Miséria". Uma reedição com maquiagem borrada do malfadado, morto e sepultado Fome Zero.
O plano é simples: conta nos dedos 17 milhões de brasileiros que vivem abaixo da linha da pobreza - fixada em R$ 70 mensais por cabeça - e enfia-lhes algo tipo assim A Bolsa ou a Vida. Pronto, acabaram os miseráveis no Brasil.
Pronto, nada. Ledo engano. O limite para quem vive abaixo da linha da miséria é de, no mínimo, R$ 150 por mês - garantem os especialistas em pesquisas sociais. Em assim sendo - para ser pernóstico que nem um professor governista sem licenciatura - o Brasil não tem só 17 milhões; tem mais de 40 milhões de miseráveis. Assim é então que o plano de erradicação dos pobres de dar dó, já começa devendo mais da metade do que promete.
Assim mesmo Dilma quer dobrar o número de eleitores portadores de bolsa-família que salvaram a popularidade de Lula e elegeram a primeira-mulher-presidenta do Brasil. Juntando o Bolsa-Família com o A Bolsa-ou-a-Vida, Dilma vai chegar ao fim desse terceiro governo Lula com índices de popularidade muito mais altos do que aquele com os quais, um dia, o seu criador ousou sonhar.
RODAPÉ - Não é por nada, não... Mas reunir essa pandilha aí da foto sacada pela Secretaria de Imprensa da Presidência da República e lançar o "Plano Brasil sem Miséria" não é deboche nem um ato solene de crueldade e humilhação; é um complô contra o orgulho e a inteligência da nação.