Colocado contra a parede pela voz rouca das ruas e pela voz rouca de Lula que mandou Dilma pressionar o Rei Midas do Programa de Aceleração do Crescimento do Patrimônio de Calocci, o chefe do Barraco Civil da Presidência da República vai conceder entrevista ao Jornal Nacional, da TV Globo.
Faz de conta que com isso acaba de vez com o escândalo de sua mágica multiplicação de grana que transformou R$ 375 mil em públicos e notórios R$ 7,4 milhões. Sua magia é provavelmente bem maior, mas a mídia só fala nesses R$ 7,4 milhões. O que pode haver a mais por baixo do tapete e dos panos, ninguém pode calcular... Mas todo mundo pode, muito bem e com toda razão, desconfiar.
A entrevista gravada para a TV Globo é um dos mais deprimentes episódios da História da República do Brasil. Não só pela desfaçatez desse próspero traficante de interesses e mais caro "consultor" do mundo, mas fundamentalmente pelo lamentável papel protagonizado pela Rede Globo que, à guisa de ostentar uma calhorda primazia, se presta para transformar seu núcleo de jornalismo numa reles lavanderia de um boca-suja, sem a menor credibilidade.
Colocando-se a serviço da história oficial, a Globo nivela-se ao enlameado ministro, ator principal dos capítulos mais deprimentes e pornográficos dos governos a que tem servido e dos quais tem se servido à la grande. A Globo vai legitimar Calocci. É o salvo-conduto que ele precisa para continuar sendo o Lula no governo Dilma.
