Não é - nem de perto, nem de longe - uma demonstração de reconhecimento à eficiência e rapidez com que ele obteve pleno e galopante sucesso no Programa de Aceleração do Crescimento de seu próprio patrimônio.
Não é também - como o Brasil pode pensar - a marca da superproteção da máquina de blindagem do Seu Encarnado a mais um bom camarada, a mais um companheiro bom e batuta.
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Não é nada disso que mantém o seu admirável status de Rei Midas desse breve governo Dilma. O que garante, acima de tudo, a sua permanência no topo da Casa Mal Assombrada é o medo que a dupla dinâmica dessa República de Calamares nutre pelo que pode saltar para fora do caldeirão de maldades que esse verdadeiro Mago das Consultorias guarda em sua sala de sigilos intransponíveis.Antonio Palocci é muito mais que um arquivo republicano. É um dossiê ambulante.
O pavor que Dilma pegou por esse tipo de ameaça vem desde seus tempos como dona-de-casa lá no mesmo covil assombrado; o horror de Lula nem é tanto, seu espírito não desencarna por qualquer escandalozinho perpetrado por um Calocci sozinho: são necessários pelo menos 40 corruptos ativos, ou passivos e um Ali Babá para que ele sinta talvez um pouco de cócegas.
De qualquer maneira, o que garante Calocci como chefão das Suas Casas Civís, Suas Vidas - compradas, alocadas, terceirizadas, alaranjadas - é o inigualável espírito de solidariedade do governo Dilma nesse terceiro mandato de Lula, para com os piores defeitos desse Rei Midas que, um dia, lá em Ribeirão Preto, surgiu do lixo qual Fênix que renasce das cinzas e vive nas brumas.
Dilma, a Breve e Lula, o que não desencarna - sabem muito bem por quê e quando devem ser solidários até com um câncer.