O dedo de Cachoeira aparece a todo instante na máquina pública e na máquina privada; em governos estaduais, em prefeituras, em Assembleias Legislativas, ministérios, tribunais, gabinetes e latrinas de todo tamanho e feitio. É dele a única digital que aparece em tudo que é canto, em tudo quanto é buraco.

Bom se era masturbação, Carlinhos Cachoeira não comeu ninguém; penetrou-se apenas. Sua prática era autoprazerosa, não ia fundo no buzafan de ninguém. E, ao que parece e aparece, era só o dedo que aparecia e aparece. O dedo de Carlinhos Cachoeira. O dedo de maior carga erótico-financeira da República. O maior dedo dos governos transparentes e invisíveis do Brasil. Uma espécie de artefato proctológico para uso individual, sem contraindicação.
Na pior das hipóteses, o dedo de Carlinhos Cachoeira aparece nas pegadas deixadas por animais de outras espécies, diferentes em gênero, número e grau do velho conhecido e respeitável zoón politikon. Aí sim, se ele meteu mais que o dedo e bolinou mais que uma espécie de mamíferos quadrúpedes, ou de aves de rapina, o caso já é mais grave.
Aí, Carlinhos Cachoeira já não estava mais sozinho; aí deu zebra; já fazia fuque-fuque e ronça-e-fuça emparceirado. Quer dizer, resfolegava outrém, ainda que do animal planet.

Afora isso, basta o seu defensor público Márcio Thomaz Bastos entrar com um habeas corpus no Supremo, alegando que Carlinhos Cachoeira é um onânico contumaz; que faz tudo sozinho e não bota no buzanfan de ninguém.
Pronto, vai na hora pro olho da rua. Afinal, a masturbação é a salvação da humanidade. Até pode ser socialmente condenável em algumas culturas, mas não pega nem causa doença. Já pensou se não fosse la palmita de la mano, o que seria do mundo? E o que seria desse Brasil de segredos de Polichinelo sem o dedo de Carlinhos Cachoeira?!?