O silêncio de Carlinhos Cachoeira e o sorriso sardônico de Márcio Thomaz Bastos, arremedo de cardeal Richelieu da República dos Calamares, valeram como uma gargalhada tragicômica, mordaz e satírica, na cara do Brasil da Silva.
A dupla dinâmica inaugurou ontem a CPI do Silêncio. Exatamente a CPI que esse Congresso Nacional que aí está espera e merece. Todo mundo é como Lula nessa hora. Todo mundo quer que a comissão vá até às últimas consequências, "doa a quem doer", desde que doa e muito, só nas costas dos outros.
ENTREMENTES...
Nesse meio tempo, pelo clássico marcador de 3 a 1 a Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça negou pedido de liberdade feito pela defesa de Carlinhos Cachoeira. Negou por negar, só porque ele é acusado de corrupção e de comandar um esquema de jogo ilegal. Não, não foi porque ele entrou mudo no Congresso Nacional e saiu calado de volta para a Papuda.
Ele continua preso, merecida e injustamente preso. Merecidamente, porque é contraventor mesmo e supostamente é também tudo o mais de quanto o acusam; injustmente, porque está preso sozinho.
A turma que julgou o pedido de sua liberdade, deve estar certa e absolutamente convicta de que ele sempre fez tudo sozinho; que ninguém sabia; que Demóstenes, governadores, políticos e empresários não eram seus cúmplices.
Carlinhos Cachoeira está preso preventivamente desde 29 de fevereiro, quando foi deflagrada, depois de muita escuta e arapongagem, a Operação Monte Carlo, da Polícia Federal. Cachoeira é uno e indivisível. E pelo visto assim permanecerá. O advogado do diabo já garfou qualquer hipótese de delação premiada.