Lula confirma encontro com ministro Gilmar Mendes, mas nega pressão. E ainda se diz "indignado" com a versão publicada pela revista Veja de que teria pressionado o ministro do STF sobre mensalão.
A oposição pega nova carona nas páginas da Veja e denuncia Lula à procuradoria . O PSDB e o DEM cobram explicações sobre pressão ao STF. E querem mais: processá-lo por corrupção ativa, tráfico de influência e por tentativa de coação em processo penal.
A OAB também cobra explicação de Lula sobre esse oportuníssimo e casual encontro com o ministro do STF. Enquanto isso, a revista diz que ex-presidente tentou pressionar o ministro Gilmar Mendes para adiar o mensalão.
Nelson Jobim das Selvas, dono do escritório onde se deu o encontro oportunamente fortuito diz que não fala mais nada sobre o dizquediz. Gilmar Mendes não desmentiu a reportagem, nem desdisse nada do que já dissera. A revista Veja contou tudo tintim por tintim e, para a pandilha do PT do Mal, é a única e a grande culpada de tudo, outra vez.
Então Lula, um empregado com salário de luxo para ser presidente do Partido dosTrabalhadores, desmente o que a revista publicou, o que disse Gilmar Mendes e rouqueja com "indignação" que não pressionou o ministro do Supremo. Ah bom, se Lula falou tá falado. Lula não mente; não é demente: desmente, somente... Somente.
Mas, ainda que mal pergunte: o que é mesmo que Lula anda fazendo por aí, ao reunir-se com um ministro do Supremo, convidando outro para "tomar um vinho" às vésperas do julgamento do mensalão: falar de futebol, mulheres, poesia, literatura?!?
Se é porque um dia foi presidente da República, não vale. Bolas, o FHC também foi; até o Sarney e o Beira-Collor, também foram e não tiraram ninguém do Supremo para dançar; nem para bebericar.
Decerto, desta feita, não tomaram vinho. Afinal, aquilo lá é um escritório, falta clima. Demais a mais, essa história do convite à degustação feito a Ayres Britto vazou e pegou mal com os médicos de Lula que não gostam nadinha de que ele não esteja seguindo à risca a recomendação de não irrigar com álcool a região irritada de sua garganta de ouro.
Disso tudo, no entanto, nada foi gravado. Agora fica assim a palavra de um contra a de outro. Fica assim o que diz um presidente aposentado, líder bem remunerado do PT, contra o que disse um supremo julgador emérito ainda na ativa missão de fazer justiça em última instância.
Por Gilmar há quem não ponha a mão no fogo; já com relação a Lula, todo mundo sabe que ele não bebe, não fuma, nem nada, mas às vezes é meio Tima Maia.
Verdade é que o escritório de Jobim das Selvas virou barraco e o que se passou lá dentro fica em nível de lavanderia. Coisa assim de receber roupa suja. E de passar água e sabão na língua de uns e de outros. Tudo vai dar em nada.
Até agora, nem Lula, nem Jobim, nem Gilmar Mendes, nem a OAB, nem mesmo a voz rouca das ruas, ou o clamor popular cobram um desmentido da Veja e nem se propuseram a colocá-la na barra dos tribunais por injúria, calúnia e difamação.
O Código Penal brasileiro prevê esse tipo de delito. Basta chamar Thomaz Bastos, o Paladino da Justiça e fazer com que a revista Veja engula as suas próprias páginas, em nome da honradez e da virtude.
Simples assim. Nem é preciso esperar pela instalação do Marco Regulatório da Liberdade de Expressão, sonho dourado e até aqui fracasso insuportável da Era Lula e do jeito PT de ser.