O medo

TENHA MEDO DO QUE O GOVERNO PODE FAZER COM VOCÊ. NO BRASIL GOVERNAR É SATISFAZER NECESSIDADES FISIOLÓGICAS.

3 de abr. de 2012

Republicanagens

PULO DO GATO
DEMóstenes fez que foi, mas não foi. Ficou em casa escutando os telefonemas que ele mesmo deu para Carlinhos Cachoeira e que a polícia já vinha escutando há três anos. A cúpula do DEM cupulou sozinha e agora quer expelir DEMóstenes para, enfim, relaxar e gozar. Os DEMoníacos fizeram exatamente o que DEMóstenes queria: ameaçaram abrir o processo de sua expulsão do partido. Assim é que DEMóstenes pediu honrosamente ontem mesmo para sair da facção, sob alegação notória de que foi forçado a isso. Desse jeito e maneira, ele salva a pátria do DEM e mantém o mandato - manto sagrado que o protege da Justiça comum. Suas maracutaias vão morrer no Supremo Tribunal Federal, casa de amigos. É o velho pulo do gato pra dentro do saco de gatos.

TUDO PELO SOCIAL
O Corinthians contratou 30 detentos que cumprem pena em regime semiaberto para tocar as obras no seu imponente estádio. Os dirigentes corintianos dizem que é o Timão fazendo tudo pelo social. Só não dizem se a ressocialização é para os detentos ou para os Gaviões da Fiel. Ninguém pensou até agora em adotar o novo fardamento do time.

FORÇA DE EXPRESSÃO
Jerome Valcke, o secretário da Fifa bom de chute, vem ao Brasil na próxima semana. Aldo Rebelo já escalou um time inteiro de assessores do Ministério do Esporte para mostrar ao ilustre visitante o que significa aqui no País do Futebol a expressão "nasceu com a bunda virada pra lua".

PINGUE-PONGUE
A notável estratégia das unidades de pacificação nos morros cariocas virou pingue-pongue. A polícia pula na favela e a bandidagem pula para as cidades vizinhas.

TORNEIO RIO-PAULO
Está empatado o torneio Rio-São Paulo de explosões. Os caixas eletrônicos paulistas explodem tanto quanto os bueiros cariocas.

DIA DA MENTIRA
Como o 1° de abril caiu no domingo, agora durante o ano inteiro, todo dia será dia da mentira na Esplanada dos Ministérios.

MANTEGA ESCORREGA
Procuradoria Geral do DF resolveu procurar Mantega na Casa da Moeda. Pelo escorregão de seu afilhado Luiz Felipe Denucci, o ministro da Fazenda de Dilma pode dar os doces.

O SUSPEITO
O Supremo barrou a investigação sobre o ministro Guido Mantega. A Advocacia Geral da União conseguiu mandado de segurança contra procedimento administrativo da Procuradoria da República do DF. Com isso, fica no ar a dúvida sobre a integridade moral e ética de Mantega. Até prova em contrário, ele é suspeito.

FAÇA COMO EU FAÇO
Se o governo quisesse mesmo estimular investimentos na indústria e no comércio, bastaria deixar que a iniciativa privada tivesse as mesmas regalias da máquina pública.

A OUTRA FACE
O Itamaraty assustado com a repercussão que a adoção da Lei da Reciprocidade causou na Espanha, já afinou a voz: "Brasile Espanha têm muito mais entre si que um visto turístico". Têm mesmo: a soberania de pessoas que não admitem desconfiança e humilhação. O Brasil demorou demais levando tapa na cara e oferecendo a outra face para os espanhóis.

SIGILO PÚBLICO
O cargo de um senador é público; o seu compromisso é público; o seu salário é pago com dinheiro público; seus gastos oficiais são públicos; seus discursos são públicos; suas promessas e suas traições são públicas; as viagens são custeadas pelo cofres públicos; suas espertezas e suas burrices são públicas... Por que os telefonemas têm que ser privados?!? Sigilo de político é urdidura privada contra o público.

OS MELHORES
Torcedores paulistas e cariocas querem saber quem é melhor, Liédson, do Corinthians, ou Vagner Love, do Flamengo. Simples: Neymar, do Santos e Lucas, do São Paulo.

CAUDILHISMO
Brizola está voltando à Esplanada dos Ministérios. O neto do caudilho-ídolo da Dilma dos tempos pretéritos perfeitos deve assumir a pasta do Trabalho, antigo covil de Lupi. A alcatéia está uivando, em polvorosa.

SENADO PREPARADO
Jerome Valcke vem, em nome da Fifa, treinar seus chutes na Copa do Senado. Já tem senador de cócoras na cozinha da Casa.

NOT LOVE
Há 30 anos, impacientes argentinos invadiram as Ilhas Malvinas e muita gente morreu sem saber por quê, nem pra quê. Agora Cristina Kirchner, com a paz na boca, inflma de novo o que chama de "seu povo". Na sentida ausência do saudoso marido, Cristina solta seu brado retumbante: - Make war, not love.