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MEU NOME É DILMA

Luiz Erário Lula da Silva deixou hoje seu gabinete de poder paralelo no Sírio-Libanês e está chegando em Brasília com a capa de presidente de honra do PT. Vem espumando. Não, não é efeito colateral da fonoaudiologia. O Cara vem bufando porque a companheirada que se dá bem com a Dilma está insistindo em indicar Paulo Teixeira como relator da CPI do Cachoeira e Lula quer porque quer Cândido Vaccarezza. E então estamos conversados, Vaccarezza será o relator, ou Lula já não se chama Dilma.


PRA LÁ E PRA CÁ
Desde que a CPI mista foi aprovada que Dilma anda pra lá e pra cá, pra cima e pra baixo, da China a Fortaleza, de uma promessa de obra para uma inauguração de verba contra a seca... Seguinte: ela quer mostrar que o Parlamento é conversa e o Palácio, trabalho. Se isso não faz bem ao Brasil, é bom demais para as eleições de outubro.

DE NOVO
O chato é que essas elucubrações político-vingativas acabam dando trabalho. Luiz Erário da Silva fez de tudo para que a CPI do Cachoeira saísse e fosse a fundo, "doa a quem doer". Agora, descobriu que tem gente atirando na pá do ventilador que a Delta Construções entrou com R$ 1 milhão na campanha do próprio Lula, em 2002. Pronto, Lula agora tem que arregaçar as mangas para recolocar tudo nos moldes. Como um político intuitivo e um estabanado metalúrgico, Lula deu uma martelada no prego e outra no dedo. De novo.

ESTRATÉGIA

E então, 10 anos depois, descobre-se que Carlinhos Cachoeira é o Lula da Jogatina no Brasil. O "jeito Cachoeira" de estender a malha de poder e riqueza, de coalizar amigos, comprar pessoas e vender a coisa pública como se fosse privada é o mesmo "jeito PT de governar que Lula nos ensinou", como decanta com enorme conhecimento de causa, a antiga musa petista relegada, Marta Sempre Suplicy. A "estratégia de coalizão pela governabilidade" de um é, sem tirar nem pôr, a "estratégia de coalizão pela jogatina" do outro. Eis que, de ambos, surge em forma de uma incomensurável network of people, o poderoso e imbatível Crime Organizado Paraestatal. E o Brasil vai que vai.