Demóstenes apareceu de repente na reunião que escolheu o novo relator da Comissão de Étitica do Senado. E cantou de galo no terreiro que conhece como ninguém:
- Provarei que sou inocente.
Não demora nada, o galo mostra que é raposa. Basta ciscar como ciscaram até agora os ministros trapalhões que foram jogados no lixo da história do governo Dilma. Demóstenes vai tocar o esporão na turma até sair titica:
- Cadê as provas, cadê? Eu quero as provas!
Dito assim dessa maneira e com essa empáfia, ao mais puro estilo daquilo que Marta Suplicy não se cansa de exaltar como o "jeito PT de governar que Lula nos ensinou", todo mundo irá pensar que está ouvindo a primeira-presidenta Dilma bancando a faxineira outra vez.
Entrementes... Novas gravações da Polícia Federal que foram jogadas na pá do ventilador confirmam ligação de Dadá e Protógenes. Mas o deputado do PC do B, mostrou que aprendeu rápido com Demóstenes, o galo véio de Carlinhos Cachoeira: Protógenes disse ter apenas relação profissional com Dadá e que as escutas indicam amizade. Então tá. Protógenes e Dadá são apenas bons amigos.
E nem precisavam ser. Como Demóstenes também não precisa da amizade de ninguém para escapar lépido e faceiro do Conselho de Étitica. Basta-lhe ter o dossiê que tem contra cada um deles e, de quebra, ter um vampiro como conselheiro relator.
Isso é mais do que suficiente para sugar o último fio de esperança de quem ainda acredita em probidade, decoro, seriedade, moral e ética.
RODAPÉ - Michel Temer não tem mais nada a temer. Aquela história de revirar Ulysses Guimarães nas profundezas de mares nunca dantes navegados é puro jogo de cena. O vice-presidento da República costuma passar repelente até mesmo contra bicada de galináceos. Balela, dizer que "Nunca se sabe como vai acabar uma CPI". Sabe-se, sim senhor. Todo mundo sabe: acaba em sessão pastelão, com uns jogando pizza na cara dos outros. Todos morrendo de rir.