Mesmo jogando contra o segundo time do decadentes e desclassificado Nacional, do Uruguai, o Vasco da Gama está feliz da vida porque ganhou de 1 a 0 e segue em frente na Libertadores.
Mais do que só por isso, a felicidade vascaína está na desclassificação do Flamengo. A mais exótica e merecida de todos os tempos na história da competição.
A verdade é que observadores maldosos garantem que a diretoria rubronegra já pensa em entrar com uma representação contra a organização da Libertadores, com base na convicção de que o time foi vítima de mais uma transação de Demóstenes Fones, Carlinhos Cachoeira e a diretoria do Vasco. Dinamite pura!
pelas mesmas fontes, os que circundam Patrícia Medrado na Gávea, têm plena certeza de que só um gênio do mundo dos jogos de azar como Cachoeira seria capaz de engendrar um final tão improvável quanto este que vitimou o Flamengo. Vitimou o Flamengo e derrubou todas as apostas.
O Mengo entrou em campo pensando que estava jogando contra o Lanús, timeco argentino já classificado. Quê nada, qual o quê! Descobriu que enfrentou na verdade um arranjo muito bem urdido; uma cascata de alternâncias entre Olímpia, do Paraguai e Emelec, do Equador. Coisa de Cachoeira, isso agora tá ficando pra lá de evidente.
Eis que, sob a volta triunfal de Ronaldinho Gaúcho ao seu futebol de dez anos atrás, o Flamengo meteu 3x0 e um chocolate no Lanús. E nem foi para o vestiário. Ficou aguardando os três minutos finais da safadeza entre Olímpia e Emelec.
O Flamengo, via-se então classificado pela primeira vez: o remelexo lá no Paraguai estava 1x1. Aí, desclassificou-se, o Emelec fez 2x1. Quando ia chorar pela primeira vez, o Olímpia empatou de novo e o pranto virou alegria.
A um segundo do fim de tudo, quatro zagueiros paraguaios receberam instrução de que havia um telefonema de Goiás para eles. Ficaram plantados na marca do pênalti e assistiram o terceiro gol do Emelec. Pronto, 3x2! O vestiário do Flamengo era, enfim, uma meleca, um vale de lágrimas.
Quem, naquele momento angustiante, passou pelos camarins cruzmaltinos, atestou a festa vascaína.
Mas agora, alguém vai ter que levar a mala preta até o Paraguai. Demóstenes não pode, está ocupado como nunca lá pelo Senado; Cachoeira ainda não conseguiu sair dos seus alojamentos em Mossoró, no Rio Grande do Norte.
Já tem gente intrigante até pensando em escalar Joel Santana para a tarefa. Ele trocaria o cargo de treinador pela função de malaquias. Faz sentido, hoje no Brasil da Silva, essa atividade tem futuro garantido.
Todos, nos vestiários do Vasco, do Flamengo, do Lanús, do Emelec e do Olímpia, negam qualquer relação de amizade com quem quer que seja lá de Goiás e adjacências.
O único depoente de peso e confiança nessa jogada não pôde ser ouvido, pois ainda não acordou do sono dos justos de quem vai para a frente da TV assistir a uma rodada esportiva cujos resultados ele já estava careca de saber.