Nesse episódio, nem Dilma demitiu Negromonte e, muito menos, escolheu Aguinaldo. Pesou a velha amizade com o Partido Progressista e, decerto, o vasto currículo do mais recente aprendiz de malfeitorias na Esplanada dos Ministérios.
Com cara de folha-corrida, o histórico do deputado que virou ministro, reúne os pré-requisitos essenciais para chegar ao status de ministro de Estado nesse complemento de uma década de domínio petista.
No ano passado, como líder do PP, ele enviou uma indicação para Negromonte incrementar o programa Minha Casa, Minha Vida em Pilar (PB), município distante 55 quilômetros da capital João Pessoa que, casualmente, é administrado por sua mãe, Virgínia Maria Veloso Borges.
E foi também do alto de sua liderança que o agora novo empastelador das Cidades favoreceu no Orçamento de 2012 o curral eleitoral da irmã, a deputada estadual paraibana Daniella Ribeiro (PP), pré-candidata a prefeita de Campina Grande (Paraíba) este ano.
Nem precisava tanto, mas além disso Aguinaldo tem dois processos por improbidade rolando no Supremo. Quer dizer, um prontuário do tamanho e do feitio que o ministério de Dilma gosta e que esse terceiro mandato lulático merece.
Em tudo isso, no entanto, o que mais contou nessa troca do alho Negromonte pelo bugalho Aguinaldo é que Dilma foi eleita para governar, mas se deixa dominar.