Nunca antes na história desse país um governo trocou tão ágil e naturalmente de ministros quanto o lulático governo do PT da velha guerreira e eterna companheira brizolista, Dilma Rousseff;
nunca antes na história desse país a corrupção foi tão sistemática e organizada, nem tão bem sucedida como agora, a ponto de ser um exemplo a ser seguido;
nunca antes na história desse país as privatizações tucanas tiveram o charme, a beleza e a modernidade das privatizações e nem preencheram tantas necessidades nacionais como na demonstração de entreguismo simpático, puro e bem-vindo deste governo;
nunca antes na história desse país, nem no tempo do Itamar, houve uma inflação mais bonita e mais recatada do que esta do melífluo Guido Mantega e seus multiplicadores de moeda;
nunca antes na história desse país a repressão militar e o uso da farda que sobe o morro e desce o cacetete nas greves foi tão simpática e popular;
nunca antes na história desse país o velho e bom Haiti foi tão aqui; nem jamais um outro governo qualquer, de Castello Branco a Sarney, Collor, Itamar e FHC, enfrentou com tamanha galhardia as tragédias da natureza que, a cada ano, desmancha os lugares mais bonitos do país mais bonito do mundo;
nunca antes na história desse país a ocupação dos morros pela Força Nacional teve um rótulo tão lindo quanto "Unidades de Pacificação";
nunca antes na história desse país algum outro governo conseguiu não realizar com tamanha competência tantas obras quanto essas do PAC;
nunca antes na história desse país a violência e a insegurança foram tão urbanizadas como nessa primeira grande década de notável petismo absoluto;
nunca antes na história desse país o crime estatal foi tão organizado como nesses últimos anos;
nunca antes na história desse país a justiça e a igualdade foram tão contrabalançadas como agora;
nunca antes na história desse país o transporte nas cidades e nas rodovias foi tão tercerizado como nesta fase de pedágios lindos e maravilhosos;
nunca antes na história desse país o roubo, a propina, a gatunagem, o desvio de dinheiro público teve um status tão sutil e delicado quanto a designação de "malfeitoria" e nem, em governo algum, os gatunos oficiais tiveram que acatar
o título de malfeitores públicos e notórios;
nunca antes na história desse país se gerou tanto emprego de carteira assinada para tantos companheiros quanto neste governo de coalizão esmagadora que tem o dom divino de fazer dos opositores ferrenhos, grandes amigos bons e batutas;
nunca antes na história desse país um governo aperfeiçoou com tamanha diligência uma herança tão maldita de um governo anterior quanto o fator previdenciário que lança os velhinhos aposentados na vala comum dos que vivem felizes e contentes à cata de uma Bolsa Família;
nunca antes na história desse país um governo ficou devendo com tamanha naturalidade e tão impressionante patriotismo 10 milhões de empregos, 2 milhões de casas populares, 6 mil creches, transposições de rios e recuperação de viciados em crack, quanto este governo Dilma que tem tudo para se perpetuar no poder por muitos e muitos séculos, amém...
O diabo é que a eleição é em 2014. Até lá, a oposição já acordou, saiu do seu marasmo costumeiro, tomou as devidas providências e inscreveu um crack imbatível, com um slogan insuperável: Em 2014 - Neymar Presidente!
É o plano mais diabólico que a oposição poderia engendrar para mostrar ao governo Dilma e ao PT como é que se acaba mesmo com o crack.