O ainda ministro do Trabalho, Carlos Lupi, deve perder a pasta em janeiro. Escanteado pela primeira-presidenta, ele agora acha que é melhor pedir para sair do que ser demitido como - é sabido - não foram os outros seis ministros de Dilma.
Ele quer aproveitar a ameaça da reforma ministerial na virada do ano para tentar negociar uma saída honrosa.
Vai ser uma coisa assim tipo a desistência de Marta à prefeitura de São Paulo. Bem honrosa. Mais honrosa, impossível. Nos dois casos.
Está na rede que o Trabalho fez convênios cheios de suspeitas de irregularidades com ONGs controladas por militantes do PDT. Lupi não quer nem ouvir falar no assunto. De carona nos noticiários a inerte e inepta oposição já pediu investigações e, só por implicância e perseguição política está comparando o caso ao do Parque de Diversões dos Esportes, que cortou os naipes de Orlando Silva (PCdoB).
Lupi jura de pés juntos que não é a raínha da Inglaterra no Trabalho. Mas as reuniões com sindicalistas, por exemplo são feitas hoje pelo olheiro de Lula na Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho.
Lupi quer pelo menos retomar a presidência do PDT. E, com isso, é claro, candidatar-se a um difícil e árduo cargo de deputado federal. Se tudo der errado, Lupi pode voltar a gerenciar a banca de revistas no Rio, onde conheceu Brizola e se fez na vida.
RODAPÉ - A pasta de Carlos Lupi está empastelada por tudo que é lado: aquele delator de Orlando e Agnelo diz agora que também sacou dinheiro para ONG do PDT; o Ministério do Trabalho também entrou no escândalo do Esporte; é sabido que o PDT comanda ONG suspeita no Ministério do Trabalho; a oposição acordou e diz que vai investigar denúncias na pasta do Trabalho.