Desmemoriado, na melhor e mais simpática das piores hipoteses, o Itamaraty acaba de renovar o passaporte diplomático de Edir Macedo e o de sua mulher Ester Eunice, donos da rede de igrejas Universal.
Se não é falta de memória, então o Ministério das Relações Exteriores agiu como um elefante branco em uma sala de cristais.
Para os pupilos de Antonio Patriota não basta que o Itamaraty seja um mamífero proboscídeo, ele tem que participar.
Mesmo que, na contramão da natureza, demonstre não ter memória de elefante.
Os itamaratecas simplesmente esqueceram que, em setembro, a Justiça Federal aceitou denúncia feita contra Edir Macedo e outros três integrantes da cúpula da cadeia de igrejas ligadas diretamente com o reino de Deus.
Macedo foi denunciado pelos crimes de estelionato, falsidade ideológica, formação de quadrilha, evasão de divisas e lavagem de dinheiro. As acusações de estelionato e falsidade ideológica, porém, foram rejeitadas pela Justiça Federal.
Perduram, no entanto, as acusações de formação de quadrilha, evasão de divisas e lavagem de dinheiro. Essa falta de cuidado e essa notória insensibilidade levam à conclusão de que talvez estejam exatamente na quadrilha, na evasão e na lavagem as razões pelas quais o passaporte de Macedo foi renovado. Nada menos diplomático. Nada mais patriótico.
RODAPÉ - De que vale um passaporte diplomático para um concessionário do reino de Deus e o direito sobrenatural de lotear moradas no céu?!?