Véspera de feriado e feriadão em Brasília, a segunda-feira foi perfeita: chovia pra burro e tinha amistoso idem da Seleção do Mano Menezes. As duas coisas dão um sono que todos os justos sonham ter um dia.
Era a Seleção de Alienígenas contra as Múmias do Egito. Um espetáculo de horror.
Mal começou a partida e já deu pra se ver que os dois melhores jogadores em campo não estavam de corpo presente: Neymar e Ganso. Mistérios do futebol.
Outra frustração: Cleópatra, a Raínha do Nilo, não estava nas cabines de honra do estádio. Desde que foi instalada a república presidencialista no Egito tem sido assim. A turma prefere a figura de Mohamed Hussein nos camarotes.
Com a bola rolando, duro mesmo foi para os atacantes brasileiros ficarem cara a cara com o goleiro egípcio. Bafo de múmia não é mole. Basta ver aonde foi parar a bola naquele gol feito que Hernanes perdeu no segundo tempo.
Embora disputado com muita cortesia, no primeiro lance mais ríspido, o massagista do Egito entrou em campo e reabilitou o atleta machucado. Massageou-o com formol.
Os releases distribuídos à imprensa garantem que a linha divisória do gramado foi demarcada por Moisés. Um luxo só, já que o jogo foi em Doha.
Ao perder mais uma para o Brasil o Egito confirma que continua atravessado aquele seu tradicional período de vacas magras.
Os egípcios só se deram conta do perigo que corriam em campo, quando já era tarde demais. Tinham sido invadidos duas vezes por Indiana Jonas que contou com a ajuda do herói Hulk.
Nas cobranças de falta, a defesa do Egito ao invés de formar barreira, armava pirâmide. Vai ver que foi por isso que Mano Menezes na coletiva de imprensa elogiou tanto o trio final do adversário: Queops, Quefrem e Micherinos.
Enquanto Mano gesticulava sem parar na lateral do gramado, o técnico do Egito não dizia uma só palavra, não movia um músculo da face. Era um túmulo.
Nunca antes na seleção desse país um atleta joga mal com tanta convicção como o Lucas Leivas.
Jonas, enfim, marcou dois gols para a Seleção. Pronto, vai ser convocado de novo!
Todo passe daquele Elias que entrou no fim do jogo é como se fosse um rosbife: sempre mal passado.
Ganhando por 2x0, seja lá que amistoso for, Mano Menezes fica impossível. É como estivesse tocando uma goleada histórica num jogo que não é por rapadura.
Ao fim e ao cabo, depois dos abraços e queijos entre vendedores e vendidos, Mano Menezes confessou numa entrevista à ainda à beira do campo: é um treinador à procura de uma idéia.
Bolas, quando acordei, o amistoso já tinha terminado. Tenho a nítida sensação de que não perdi nada. A propósito, quando é mesmo que o Santos de Neymar e Ganso volta a jogar pelo Brasileirão?
