O ex-comunista, Agnelo Queiroz hoje governador do PT em Brasília e que sucede com perfeição Zé Arruda, aprendiz de Joaquim Roriz negou-se a apresentar provas de que o depósito de R$ 5 mil feito por um lobista em sua conta bancária era apenas o pagamento de um empréstimo feito em caráter pessoal.
Pressionado a se manifestar sobre o assuntos escabroso, Agnelo tripudiou mandando dizer que "a palavra de um governador de Estado já é, por si, uma prova".
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Agnelo andava no limbo da política, escanteado por Lula que preferiu Orlando Silva no Esporte. Foi purgar seus pecadilhos dirigindo a Anvisa (Agência de Vigilância Sanitária). Eis que, de repente e senão quando, no dia 25 de janeiro de 2008 recebeu em sua conta pessoal um depósito de R$ 5 mil feito por Daniel Tavares, um lobista da farmacêutica União Química. Não mais do que por um desses acasos da vida, Agnelo liberou naquele mesmo dia o certificado para que a União Química pudesse participar de licitações. Mas, como diz a primeira-presidenta: "O passado, passou". E todo mundo nega irregularidades.
Na última segunda-feira, depois que a revista Veja jogou a coalizão do dinheiro de Daniel com a conta bancária de Agnelo, o aprendiz de Arruda - ainda que ateu - jurou que o depósito foi a devolução de um empréstimo feito ao lobista.
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Ele disse que deu o montante em espécie, "em caráter pessoal, sem documento ou contrato". Mas, na quarta-feira, o ex-comunista, ex-ateu, ex-ministro do Esporte, ex-diretor da Anvisa, ex-PCdoB, hoje petista e governador do DF afirmou que poderia provar que emprestou o dinheiro. E perguntamos nós, míseros crentes, tal qual Dilma gosta de perguntar: - Cadê as provas, cadê?!? Até agora, nada.
Agnelo resolveu então voltar à primeira versão. E seus porta-recados saíram em sua desnecessária defesa, posto que é inocente até prova em contrário: "O que o governador disse é que, de modo geral, há provas de que ele fala a verdade" - blindaram-no.
Logo em seguida, disseram em jogral uníssono e bem ensaiado que a palavra de um governador deve funcionar como prova, "ainda mais quando confrontada com a de pessoas que a cada momento mudam de versão".
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Aí o feitiço começa a virar-se contra o feiticeiro. Ninguém mais do que Agnelo Queiroz muda de versão e de casaca: de comunista e ateu, passou a ser PT e crédulo; de ministro do Esporte, passou a diretor da Anvisa e daí a governador; de dono das provas cabais, já ostenta apenas a palavra; de político profissional quer virar pessoa... Agnelo Queiroz não disse nada demais. No Brasil da Silva o que mais se vê e se escuta é malfeitor justificando seus malfeitos usando apenas a desconversa que banaliza qualquer escandalo, qualquer bandalheira.
Cá pra nós, como acreditar na palavra de um governador só porque ele ocupa hoje o cargo que já foi de um Joaquim Roriz e de um Zé Arruda?!?
Só dá para acreditar no governador de hoje se depositarmos nele a mesma fé que se dispensava às palavras de Arruda e de Roriz, ontem tão governadores do Distrito Federal, quanto o injuriado Agnelo que se considera um cidadão acima de qualquer suspeita. Aí, dá para acreditar. Dá, sim... Desde que ele mostre as provas. As provas! Cadê as provas, cadê?!?
