No Gabão, até os hinos nacionais se confundiam. Os atletas de ambos os times não sabiam a letra de nenhum dos dois.
Reprodução
Estava tudo preparado para ser uma grande festa. O presidente gabola não cabia em si de contente. A comemoração é que foi inusitada. Na hora de começar o jogo, as luzes se apagaram solenemente. O presidente se sentiu boicotado: com tudo às escuras, ficou evidente que ele é um líder que não tem luz própria.
Quando a luz voltou ao estádio, o pessoal do cerimonial do governo já estava todo demitido.
Durante o tempo de aquecimento no gramado às escuras, os jogadores da seleção de Mano também reclamaram: queriam aquecimento elétrico.
Assim que a bola rolou os brasileiros notaram em seguida que os adversários eram todos uns gabolas.
Aos 12 minutos o narrador do canal SporTV só gritou gol depois que reconheceu aquele atleta estranho de sorriso verde-amarelo. Era um anônimo chamado Sandro. Gol de Sandro!
A Fifa está pensando em punir Sandro. Os cartolas acham que aquela cobertura dental verde-amarela tinha patrocínio da Kolynos verde com flúor.
Nessa seleção de "estrangeiros" só faltou Mano convocar o Ronaldinho Gaúcho que ainda não conseguiu se adaptar ao Brasil desde que veio da Europa. Mas até foi bom. Ele ficaria na reserva.
Aos 24 minutos Hernanes fez a jogada mais bonita do primeiro tempo. Tentou fazer um gol de cavadinha. Foi um lance tão bom que Mano Menezes não gostou.
Os gabolas da tribo africana iam nos lances com uma fome de bola como se fosse um prato de comida. Sorte da seleção de Mano que não eram canibais.
Aos 35 minutos, Hernanes faz de cabeça. Jonas atirou com violência, o goleiro gabola foi buscar lá no último cipó. Deu rebote. Quando caiu de volta na grama, a bola já estava lá dentro.
O amistoso contra o Egito é só na outra semana, mas o jogo contra o Gabão foi um excelente treino. O time deles está cheio de múmias.
Começa o segundo tempo. Orlando Silva e seus pupilos não foram escalados. Aos 4 minutos Pelé tentou um gol igual ao que ele quase fez numa Copa do Mundo. Quando errou de novo desencarnou e voltou a ser Bruno César. Como Bruno César estava bem no jogo, Mano Menezes botou Willian no seu lugar.
Div/CBF
Daí pra frente tudo foi diferente: Mano se divertiu fazendo modificações. Está treinado para ser presidente da República e trocar ministros como quem troca titulares por reservas.
Lucas Leivas, por exemplo, entrou e conseguiu dar ao meio de campo da seleção de alienígenas o mesmo ritmo de jogo que não consegue dar na seleção dos nativos.
Do amistoso em Libreville ficou uma certeza, o cabelo do zagueiro David Luís um dia ainda vai ser igual àquele do colombiano Valderrama.
Mais uma coisinha: se o Andres Sanchez do Corinthians fosse esperto, deixaria o Tevez de lado e contrataria o N° 9 do Gabão. Pelo menos ele tenta usar um penteado parecido com o do Neymar.
E assim acabou-se o que era doce: 0x0 no segundo tempo, mais um resultado positivo para o currículo de Mano Menezes. Se tivesse prorrogação, Mano perdia nos penaltis.