O medo

TENHA MEDO DO QUE O GOVERNO PODE FAZER COM VOCÊ. NO BRASIL GOVERNAR É SATISFAZER NECESSIDADES FISIOLÓGICAS.

6 de nov. de 2011

NINHO DE MAFAGAFES

Claro que o governo Dilma não quer nem pensar em ver um governador do PT ser varrido do cargo por denúncias de corrupção e "malfeitos".

Mas o regime de máfias, implantado nos últimos oito anos com o codinome de "estratégia de coalizão" tem tudo para continuar sendo um ninho de mafagafes que, graças à liberdade de expressão, está sendo desmafagafizado a cada fim de semana.

E a revista Veja e alguns espaços webs de jornalistas sérios não cansam de mostrar "malfeitos" e derrubar malfeitores. O espólio de Lula está sendo perdulária e felizmente desmantelado a cada edição da revista que, salvo horrorosas exceções, ganha "suítes" nos jornais, rádios, TVs e webmedia.

Nesse caso, a mídia é mais ágil, mais ativa do que a inerte oposição que só consegue andar a reboque da imprensa investigativa. Uma oposição absolutamente inepta para promover a derrubada de ministros malfeitores e o impechment de governadores da mesma laia.

O que se viu até agora é que, à medida que os autores de "malfeitos" vão caindo em efeito dominó, eles são substituídos por similares de gaveta, numa espantosa e debochativa troca de alhos por bugalhos. Saem os rotos e entram os esfarrapados.

O regime de Lula continua em vigor. Há nichos de malfeitores por tudo que é canto. Eles habitam as casas dos poderes constituídos. O Brasil é refém de mafiosos de gravata que atendem, às vezes de toga, outras vezes de colarinho branco e, não raro, de saias justas e salto alto. O que não falta é batom na cueca. Nem dinheiro.

A semana abre batendo lata com dois desses tipos de acusados de "malfeitos" na berlinda. Um é do PT, o governador Agnelo Queiroz que, de chefe de Orlando no Esporte passou a sucessor de Arruda no Distrito Federal. O outro que o trem não pega é Carlos Lupi, do PDT que dá Trabalho.

Quando é que os dois vão dar com os burros n'água é só uma questão de tempo. Sua blindagem deve durar até à próxima edição das revistas semanais e das suítes dessa parte da mídia que provoca azia em quem já tem problemas mais graves para resolver fora do Sistema Único de Saúde, "quase perfeito" para qualquer brasileiro de boa índole, ou malfeitor de escol.

Combalida mesmo está a saúde de Brasília. Saúde pública, política e social. Enfartada de bezerras de ouro por Roriz, de panetones por Arruda, Brasília agora leva a vida na esportiva, vendo o Mané Garrincha ser implodido a mão e hotéis tradicionais sendo dinamitados para tratar de uma Copa do Mundo que não é pro bico dos brasilienses.

São obras que desfiguram Brasília e que tomam o lugar na fila das mais prementes necessidades da população brasiliense: hospitais, saúde pública, policiamento, segurança, transporte urbano, regularização de condomínios horizontais e verticais, emprego por qualificação e não por apadrinhamento...

E quem vem de lá, em caso de Agnelo dar os doces? Quem vem de lá, seu delegado, parece um boneco desengonçado: Tadeu Filipelli. Tadeu é filhote de Joaquim Roriz, criado por Arruda e consagrado vice de Agnelo. Sai a estátua e fica a pomba. Afinal, alguém precisa fazer cocô na cabeça dos homens de boa paz que não têm boca pra nada, nem peito para reclamar.

Uma troca assim bem do jeitinho que vem acontecendo nessa intempestiva revoada de malfeitores na Esplanada dos Ministérios, maior lixeira a céu aberto do Brasil. Foi exatamente de lá que, até agora, Dilma não demitiu ninguém. Todos saíram por livre e espontânea pressão da mídia investigativa e atenta.

Foi de lá que saíram sozinhos e impolutos Palocci, Nascimento, Rossi, Novais e Orlando deixando por lá seus lobistas, consultores e asseclas para dar continuidade aos malfeitos que fazem bem ao regime de máfias que se infiltrou no Estado para desintegrar a consciência nacional e se apropriar do Brasil.

Dilma só pegou a vassoura; não varreu ninguém. Governanta diligenta do terceiro mandato de Lula, o presidente submerso desse governo paralelo, a primeira-presidenta só teve até agora o demérito de trocar os péssimos pelos ruins.

O pior de tudo é que, afora a mídia e sua incomodativa liberdade de expressão, não há bons desmafagafizadores nesse Brasil em que a própria oposição é um imenso ninho de mafagafes.