O medo

TENHA MEDO DO QUE O GOVERNO PODE FAZER COM VOCÊ. NO BRASIL GOVERNAR É SATISFAZER NECESSIDADES FISIOLÓGICAS.

5 de out. de 2009

L'OSSERVATTORE PIANÍSSIMO

Um pouco de Veneza sem graça
Carlos Eduardo Behrensdorf
De Roma

Os internos deste Sanatório e seu corpo médico-redatorial conhecem Veneza e suas atrações turísticas. Assim, tentarei por aqui – dando andamento a minha “neura” que me faz hóspede cativo – fazer um relato burocraticamente sem graça.

Afinal de contas as segundas-feiras foram idealizadas para trazer a realidade de volta. O domingo já era.
Veneza está num arquipélago de ilhotas separadas por canais que se podem atravessar por mais ou menos 400 pontes. Confesso que nas vezes que andei por lá não conferi.

As primeiras pontes eram de madeira e foram substituídas por pontes de pedra todas em forma de arco.
Como o próprio nome diz o Grande Canal ou Canal Grande é o maior da cidade e a divide em duas partes desiguais.

Para atravessá-lo há três pontes que já apareceram até em novelas da Globo.

As duas partes se subdividem em seis bairros: Cannaregio, São Marco e Castelo na margem esquerda e Santa Cruz, São Paulo e Dorsoduro à margem direita do canal.
A circulação diária do Grande Canal é uma vitrine de barcaças, barcos, barquinhos e barcões, lanchas, pequenos vapores e as famosas e balançantes gôndolas.
O chamado sistema de circulação terrestre tem poucas ruas principais numa maçaroca de atalhos e ruelas estreitas e tortuosas. Felizmente é pouco provável que se encontre moto ou algum carro trafegando.
Deixando a chatice de lado não há como ignorar os conjuntos de palácios da cidade, a ponte de Rialto e a Praça de São Marco, local de cerimônias, civis, religiosas e as luxuosas festas de carnaval.
O fluxo de turistas é tão grande que os governantes da cidade estudam a possibilidade de não permitir o acesso a Veneza aos turistas que não permaneçam, pelo menos, uma noite.
Ocorre que os turistas digitais – aqueles que chegam, fotografam, comem sanduíche ou não comem nada – atingiram um número tão grande, que os moradores da cidade e alguns comerciantes estão chiando.

Os turistas marcha-lenta têm dificuldade até mesmo para visitas mais calmas aos inúmeros pontos de atração. (CEBehrensdorf de Roma)



RODAPÉ - A lente curiosa e atenta que trouxe essa imagens de Veneza é do inclito e itinerante repórter, nossa fontanna azurra em Roma, Cidade Aberta, comendador e photographer Carlos Eduardo Behrensdorf.