Epa! O cara pode ser O Cara para Barack Obama, mas não deixa de ser presidente da República. E com o agravante de vir desfrutando um mandato atrás do outro. Só não vai levar mais um de mais quatro porque não se chama Zelaya, mas numa hora dessas - quem sabe?!?
Assim mesmo, Lula do Brasil da Silva é presidente dessa nossa balbúrdia emergente e, de novo, fala como se estivesse à mesa de um boteco discutindo futilidades nacionais como futebol, olimpíada, bingo, prostituição infantil, confrontinhos de narcotraficantes com a polícia nos morros cariocas.
"Nós contra eles"... Como assim?!? "Nós", quem, cara-pálida?!? Pelo que se sabe e a Constituição-Cidadã de 88 estabelece, Lula não é e nem pode ser candidato outra vez.
Pelo que se sabe - e a legislação eleitoral ainda não foi avisada - é que, se há uma candidatura posta na mesa desse imenso Bar Brasil Da Silva, ela tem dono e atende pelo codinome de dona Dilma Roucheffe que já não cuida mais dos seus afazeres na Casa Civil e só pensa naquilo.
Lula gosta tanto de ganhar dos outros que seu ego descomunal não admite que ele fique fora de mais uma competição como essa do ano que vem. O que será de Lula se ele não concorrer? Depois de mais de 15 anos de batalha só à cata da cadeira presidencial, o eterno guerreiro não agüenta que sua flecha não parta e seu arco não se dobre.
É por isso que ele escolheu a dedo um verdadeiro poste, uma mala sem alça, um peso morto para carregar no aljave em suas costas largas. O desafio é exatamente este: ser o pai de uma criança que tem tudo para não se criar. Assumindo a missão impossível de bater nas urnas mais de 40% de rejeição à sua escolhida, mesmo não ganhando, Lula não terá o estigma do perdedor.
Na verdade, até não vencendo, será o grande vencedor - não na boca das urnas - mas em cada uma das páginas alcandoradas da Carta Magna brasileira, onde está escrito que seu terceiro mandato conse-cutivo seria uma flechada no povo e um bordunaço mortal na gostosa democracia dos calamares. (Imagem: anovademocracia).
Será o grande vencedor, uma vez mais, porque a derrota de Dilma Roucheffe é o caminho mais curto para a volta do próprio Lula ao Palácio do Planalto: em quatro aninhos ele vem de novo com malas e bagagens. Isso seria impossível, caso Dilma Roucheffe chegasse à presidência da República.
A paixão dela pelo poder, pela força de mando e voz de comando, seriam a catapulta para mais uma temporada como dona e primeiríssima dama do País. Vai daí que, entre o 1° de janeiro de 2011 e o fim de dois mandatos da Dama de Ferro mais sincrética do planeta, se arrastariam oito longos e intermináveis anos para o triunfal regresso de Lula - o Filho do Brasil da Silva.
Lula não tem - como se diria? - não tem saco... Não, saco não, pega mal. Não tem aquilo roxo pra agüentar tanto tempo mandando só no PT, nos sindicatos e nas ONGs.
Sua têmpera, eufemismo para anunciar seu desmesurado ego, exige muito, muito mais que isso. Ordena que tudo fique a seus pés, mais ou menos, assim como o Brasil se encontra hoje. Um paraíso político - com perdão da má palavra - onde Lula não tem para quem perder. Até quando não ganha.