O medo

TENHA MEDO DO QUE O GOVERNO PODE FAZER COM VOCÊ. NO BRASIL GOVERNAR É SATISFAZER NECESSIDADES FISIOLÓGICAS.

20 de out. de 2009

BOLA GENÉRICA

Futebol violento na estrada.
Moisés Pereira
De Porto Alegre

Repercutiu bastante em Santa Catarina, onde estou, o incidente envolvendo torcedores do Inter e do Goiás que se encontraram em restaurante junto ao Posto Sinuelo na BR-101 em Araguari SC. Retornavam os torcerdores colorados do Rio de Janeiro onde acompanharam o empate contra o Fluminense e quando almoçavam, chegou o ônibus da torcida do Goiás que retornava de Florianópolis onde oalvi-verde perdeu para o Avaí.

Apurar quem começou a briga é problema da polícia e a esta alturados acontecimentos não é o mais importante. O certo é que o confronto foi violento, houve quebra-quebra com prejuízos materiais em torno deR$ 15.000,00 e os "torcedores" baderneiros foram parar na delegaciaonde foi feito o dito termo circunstanciado para o prosseguimento do processo.

Violência entre jovens torcedores é um tema recorrente, que cada vez mais preocupa as autoridades, às familias e a ordem pública em geral.

Lembro que já na década de 60 excursões de torcedores movimentavam os jogos de maior importância no país e as estradas ora eram pintadas de azul, vermelho, alvi, rubro-negro, etc. conforme os times envolvidose o clima de festa imperava saudado como positivo para a grandeza doesporte.

Regionalmente, no Sul, minha primeira lembrança de torcida marcante era a do Brasil de Pelotas em tempos ídos e com lideranças emblemáticas que deixo de citar em respeito a pessoas que não estão mais na nossa dimensão.

Não que fosse violenta mas era ostensiva eocupava territórios adversários que passavam a ser seus domíniosespecialmente em praças onde os torcedores se mobilizavam menos. Hoje ao ver a mobilização da torcida xavante pela paz fico gratificado.

Na Europa, especialente na Inglaterra os grupos de torcedoresmobilizados para o vandalismo foram classificados de "Hooligans" eforam protagonistas de episódios onde foram contabilizadas váriasdezenas de vítimas.

Além do envolvimento com os clubes defendiam ideologías de direita e via de regra atuavam sob efeito de drogas.

O nosso país é prodigo de exemplos de violência provocada por gruposque usam o futebol e os clubes para extravasar suas revoltas,geralmente usando bebida e drogas nos confrontos de grande rivalidade.

Quando gangues se organizam inclusive pela Internet para operações condenáveis. Sem dúvida é uma manifestação preocupante, porque não traz mensagem,não tem projeto e não reivindica benefício. Limita-se à violência pela violência.

E não se diga que são marginais ou excluídos. Pertencem à nossa classe média perdida, sem identidade e poucas perspectivas.

Sou do tempo em que os jovens se mobilizavam por causas mais procedentes. Os estudantes queriam consertar o mundo, derrubar ogoverno e sonhavam com a democracia.

É certo que muitos acabaram presos nos porões do regime militar, quetanto semeou a ideologia do poder a qualquer preço que aplacou as consciências, e, hoje afora uma pintada eventual da cara, preferimos agir nos estádidos e nas estradas sem rumo e sem esperança.

RODAPÉ - No que toca à amada e genial xavantada, nosso diferencial, concordocom tua leitura de que, no momento, ela é muito mais de paz do que de violência... (Pedro Curi)

RODAPÉ II - Pra não ficar fora desse Sanatório, lembro a vocês, pelotenses, do grande goleiro Geóvio, do Xavante, escalando a tela pra subir no pavilhão do Estádio Joaquim Vidal, em Cachoeira, e tentar bater num torcedor (Arcelo Mafuz, pai do Sami) que o contemplara, do meio da torcida, com alguns elogios verbais....deve ter sido década de 1950.
abrs, inclusive para os destinatários que não conheço....

Cesar Augusto Gazzaneo