Moisés Pereira
De Porto Alegre
Li recentemente o Livro documento Leila Diniz, figura marcante na mídia nacional na década de 60/70 pela sua irreverência e posicionamento sócio-político e comportamental que agredia os costumes e era intolerada, especialmente pelo regime militar que imperava na época.
Leila Diniz, misto de modelo atriz, júri de programa de TV era uma mulher sem dúvida à frente de seu tempo e, embora tenha falecido em 1972 com 27 anos em acidente aéreo, deixou um legado, no mínimo polêmico, como representante das mulheres libertadas e libertadoras até atingirmos o estágio em que vivemos hoje.
Entre as passagens de Leila que impactaram a mídia destaco ter sido a primeira mulher grávida a posar de biquini e, uma famosa entrevista ao jornal alternativo o Pasquim, onde os palavrões eram substituídos por (*), e ao final, centenas deles compunham a matéria.
Lembro da história ao ouvir ontem a entrevista de Maradona, o grande ídolo e técnico da Argentina que depois de muito sufoco classificou os “hermanos” para a Copa do Mundo da África do Sul.
A descompostura de Maradona na entrevista coletiva após o jogo com impropérios, raiva e palavrões foi o destaque lamentável do evento, lamentável e ridículo expressando a realidade do futebol platino.
Lembro da história ao ouvir ontem a entrevista de Maradona, o grande ídolo e técnico da Argentina que depois de muito sufoco classificou os “hermanos” para a Copa do Mundo da África do Sul.
A descompostura de Maradona na entrevista coletiva após o jogo com impropérios, raiva e palavrões foi o destaque lamentável do evento, lamentável e ridículo expressando a realidade do futebol platino.
Sempre admirei o futebol argentino pela sua qualidade técnica e muito também pela sua entrega, garra e determinação empolgantes. Historicamente vitoriosos, violentos em tempos passados, mas, disciplinados hoje neste esporte milionário e globalizado . Neste contexto não há mais espaço para a performance de Maradona na conquista de ontem, sem dúvida comprometida pelo seu comportamento.
Se Leila Diniz avançou no tempo em 1970 agredindo convenções comportamentais e foi polêmica, Maradona foi retrógrado nada acrescentando a sua discutida biografia.
Enquanto esse Tango censurado era gerado no Estádio Centenário em Montevidéu a Seleção de Dunga encerrava sua trajetória nas eliminatórias, com um empate diante da emergente Venezuela em Cuiabá. Desta vez sem altitude, até com alguma atitude e com os titulares.
Sendo o futebol um esporte coletivo, talvez pudesse se dizer que a busca da artilharia por Kaká e Luis Fabiano, tão enaltecidos pelo narrador animador da Globo, tenha sido prejudicial.
Sendo o futebol um esporte coletivo, talvez pudesse se dizer que a busca da artilharia por Kaká e Luis Fabiano, tão enaltecidos pelo narrador animador da Globo, tenha sido prejudicial.
O que parece certo é que vamos para a Copa da África com Dunga, símbolo da era fracassada de Lazzaroni em 90, capitão da Copa empatada em 1994 e agora feito técnico pelo Imperador Ricardo Teixeira, depositário das esperanças e desconfianças da torcida brasileira para 2010.