Moisés Pereira
Na semana passada, ainda em Maceió conversando com o seu Manoel,motorista do taxi que me levava ao aeroporto, falávamos do Souza, o meia-atacante do Grêmio, que não por coincidência, é natural deAlagoas e, segundo o seu Manoel, seu amigo, assim como de sua família.
E quando eu dizia que o Souza é um dos principais jogadores dotricolor gaúcho, o seu Manoel referia-se á orígem humilde do jogadorque na infância chegou a passar fome. Nós já sabíamos dessaparticularidade, o próprio Souza em entrevista recente expôs suas dificuldades da época e as de sua família e do orgulho que tem hoje em poder apoiar sua mãe que mora nas cercanias do Estádio Rei Pelé, em Maceió.
Ainda sobre o Souza que foi comprado pelo Grêmio ao Paris Saint Germain, de Paris por valores expressivos chamou a atenção outra afirmação sua de que se não fosse vendido pelo PSG deixaria o futebol e voltaria para jogar pelada nas areias da praia de Pajussara, em Maceió.
Hoje assistindo à derrota tricolor contra o Barueri por 1 x 0 e, sem querer pontuar a culpa em um único jogador, observei uma das piores atuações do Souza com a camisa do Grêmio. Isso me levou à reflexão.
Uma pessoa que não se adapta a Paris ao ponto de pensar em abandonar a carreira, se tivesse de voltar a atuar lá e que, embora todas as suas condições técnicas incontestáveis, eventualmente some em campo comprometendo a sua equipe nos remete imperiosamente a especular sobre as razões objetivas que levam a esse comportamento.
Porque todos os dias surgem teses para explicar as metáforas do mundo do futebol, lembrei da fome na infância do Souza. É apenas uma digressão. Até porque o Pelé sempre foi bem alimentado pelo seu Dondinho e dona Celeste em Bauru, mas o mesmo não posso afirmar do Garrincha lá em Pau Grande. E agora?...
RODAPÉ - Moisés Pereira, já se disse, tem o olhar arguto tricolor. Isso lhe advém da torcida pelo Grêmio, síndrome adquirida pelo Tricolor do Fragata, o G. A. Farroupilha, de Pelotas - cidade onde Moisés dominou a grande área do jornalismo esportivo.