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Nuncanessepaís Euclides da Cunha foi tão importante para a vida e os destinos do Senado Federal. Zé Sarney - o que cospe marimbondos de fogo - se fez de bobo e falou uma hora sobre o centenário do heróico autor de Os Sertões.
Foi interrompido pelo malemolente petista, senador-cantor Eduardo Supla que queria explicações para as 11 denúncias, um time inteiro de acusações, contra o orador. Queria saber por que elas foram parar no lixo - já que Sarney já disse que não está lá para fazer a limpeza da cozinha da maior casa de tolerância do país.
Sarney ficou indignado. Acha que nem sua biografia, nem a de Euclides da Cunha mereciam tamanha curiosidade. Interrompida a liturgia da sessão baba-ovo, Sarney foi a personificação do que tem sido esse governo diante de qualquer escândalo: mudar de assunto - que há coisas mais importantes para serem tratadas. Amanhã, por exemplo, é quarta-feira, dia 26 de agosto, até a meia-noite.
RODAPÉ -Euclides da Cunha, nasceu Euclydes Rodrigues Pimenta da Cunha, em 20 de janeiro de 1866, no Cantagalo, Rio de Janeiro. Tornou-se imortal pela Academia Brasileira de Letras em 21 de setembro de 1903 e morreu, pois é morreu, em 1909 quando já imortal invadiu, armado, a casa de Dilermando de Assis, amante de sua esposa Ana, "disposto a matar ou morrer". A Academia deve até hoje explicações para a tragédia. Por certo, Sarney não seria o mais indicado para fazê-lo. Diria que foi o mordomo... Se Suplicy não fosse tão curioso.