O Nariz...
Carlos Eduardo Behrensdorf
“Le Pera era um homem muito discreto, o que acabou gerando um esquecimento sobre a importância dele na carreira de Gardel e na história do tango. Que fique claro que não é um boicote, é apenas desconhecimento.
Ele faz parte de uma geração de compositores que elevaram muito as letras do tango. Tirou o ritmo do subúrbio e levou para os grandes salões de Buenos Aires. Além de ser um dos maiores responsáveis pela divulgação do tango no mundo.
Pesquisando sobre o tango. Como produtor cultural e argentino sempre pesquisei sobre essa dança, e um dia me deparei com o nome de Alfredo Le Pera. Quando descobri tudo isso, tive a certeza de que era preciso homenageá-lo de alguma forma”.
Calma... antes que pensem que tomei o remedinho errado esclareço: os enfermeiros e as enfermeiras deste Sanatório da Notícia são altamente competentes;
O diretor é magnânimo (este adjetivo será sucesso na internet) e me concedeu uma semana de licença-prêmio no Rio de Janeiro; e, como diriam velhos escribas, as informações virão a seguir.
Para saber o porquê desta conversa toda, procure num dicionário de Comunicação o significado de “nariz de cera”.
As declarações foram dadas ao Correio Braziliense e constam de uma ótima e detalhada entrevista dada pelo produtor cultural da Câmara de Comércio Brasil e Argentina e estudioso do tango, Ruben Ali.
Diz o entrevistado que a letra de “Mi Buenos Aires querido”, imortalizada por Carlos Gardel, foi escrita por um brasileiro: Alfredo Le Pera, nascido no Bixiga, SP, em junho de 1900. Um a zero!
Charles Romuald Gardès teve o nome castelhanizado para Carlos Gardel. Uns dizem que nasceu em Toulouse, França, outros, em Tacuarembó, Uruguai. Dois a zero!
Le Pera mudou-se para Buenos Aires com dois anos de idade, onde cresceu. Seus pais eram dois imigrantes italianos, Alfonso e Maria Sorrentino Le Pera.
Revelando o perfil verde amarelo deste Sanatório da Notícia, informo: pesquisei e afirmo que Ary Barroso nasceu em Ubá, MG, e compôs Aquarela do Brasil! Três a zero!
A entrevista completa está no site do Correio Braziliense (http://www.correiobraziliense.com.br/).
(Carlos Eduardo Behrensdorf – Brasília).