O DUELO FHC x LULA
Nos tempos de capa e espada, esse bate-boca entre Fernando Henrique Cardoso e Lula da Silva já teria acabado em duelo. Quer dizer, se um dos dois não se importasse em ser desonrado e não fugisse da raia. Esse desafio, reiterado, de FHC a Lula, já está valendo como um tapa sem luvas.
Ontem mesmo FHC, com aquele seu pé lá na cozinha e com ar de quem pede para esquecerem o que um dia ele escreveu, repetiu: "Se o Lula quiser debater comigo, cara a cara, eu topo". E olha que a arma seria a palavra - um instrumento cortante e afiado que Lula usa com facilidade e sempre que pode.
Fosse naquelas priscas eras, os dois já teriam escolhido as armas, os padrinhos e marcado hora e local para o confronto.
Se você não está sabendo, ou até já nem lembrava mais, os duelos se davam por desagravo à honra, em razão de desavenças individuais, familiares, em facções ou grupais, e outros tipos de confronto de cunho fortemente emocional.
O duelo, muito mais do que as máquinas de lavar dinheiro, lavavam a honra num embate em que os dois combatentes eram valentes.
Só os covardes não aceitavam os desafios. O medo era mais forte do que a honra. Hoje, nada disso conta. Não conta a coragem, não conta a covardia e, muito menos, conta a honradez.
Se um dia esse duelo fosse marcado, a equipe do Sanatório da Notícia chegaria ao local do embate antes do sol nascer, só para assistir de camarote nenhum dos dois errar um só golpe, uma única e dolorida estocada.