Um comentário genérico de Moisés Pereira
Porque foi marcante não esqueci de um episódio ocorrido em minha recente estada de férias em Maceió. Escrevi sobre o bom nível de atendimento aos turistas na capital das Alagoas e lembrei que a musa da era Collor, a Thereza, foi secretária estadual de Turismo e quem sabe isso pode ser decorrência. Apenas especulação.
Quero discorrer mesmo é sobre um evento gastronômico. Tendo comentado na van que me transportava de volta do restaurante para o hotel sobre pequeno detalhe menos agradável ocorrido na janta e, estando a bordo o gerente, Cícero, fui intimado a voltar ao local em outra noite quando com certeza sairia com a melhor das impressões do estabelecimento.
E assim aconteceu quando tivemos a oportunidade proporcionada pelo atendimento personalizado do Cícero, de conhecer em detalhes o restaurante, sua história e sua missão na gastronomia do Nordeste.
São os proprietários do "Carne de Sol do Picuí" egressos de JoãoPessoa na Paraíba, considerada a capital da iguaria nordestina em questão. Estão estabelecidos na Praia de Pajuçara, Bairro Jaraguá, em Maceió há muitos anos e hoje a casa funciona em dois pavimentos sendo o térreo para atendimento convencional e o segundo para eventos e restaurante-escola.
Este local diariamente serve de estúdio para que o Chef Wanderson Medeiros apresente as 13h, na repetidora local da Rede Record o seu programa de gastronomia muito comentado por lá.
Também servem as sofisticadas instalações para aulas do restaurante escola ministradas pelo Chef e seus auxiliares. Não estaria escrevendo aqui se não tivesse se confirmado a expectativade que sairia do local com uma ótima impressão em todos os aspectos.
Fomos servidos de uma excelente Picanha de Sol com os acompanhamentos inerentes destacando-se a farofa de carne de sol, a macaxeira crocante e a inconfundível manteiga de garrafa. É claro que sempre que lembramos do Nordeste em termos de culinária a referência são os frutos do mar, mas com certeza é bem mais do que isso. E por isso mesmo não deixe de experimentar o sururu de capote ou caldinho de sururu, feito com um molusco da água doce e acreditado afrodisíaco, tido como o Viagra natural pelos nordestinos.
É certo que em viagens valorizamos a cultura para não perder a chance de diminuir nossa ignorância, curtimos a natureza, no caso praias, sol, as compras para não perder a companhia e a gula, porque ninguém é de ferro.
RODAPÉ - O saudável Moisés, pelo que se denota, não sentiu nenhum efeito colateral com a aventura de comer lula assim, sem mais nem menos - um prato quase sempre de difícil digestão. Mais um ponto para o hospitaleiro restaurante.