E então, Marina Silva depois de 30 anos de mili-tância sai do PT. Na política, ninguém faz uma coisa como essa, só por fazer. Marina morena, Marina se pintou. E foi de verde. Não disse ainda - porque precisa de mais holofotes para seu novo partido - mas vai ser candidata à Presidência da República.
Primeiro efeito colateral: provocou mais azia em Lula do que todos os jornais que ele não consegue ler nem entender; segundo efeito: demoliu o bordão de Dilma Rouchefe. Agora, toda vez que o poste preferido do Palácio tiver uma idéia luminosa, já não poderá dizer "o Brasil está maduro para ter uma mulher na Presidência" sem que os reflexos recaiam sobre Marina; terceiro efeito: Marina traz doçura e simpatia à campanha presidencial de 2010. Ela não é dura, nem amarga, nem prepotente, nem antipática e nem cheia de teimosias como Dilma e Zé Serra. Ela defende boas causas e temas sobre ecologia, meio-ambiente, energia sustentável e outros assuntos que Rouchefe e Serra nunca ousaram palpitar. Quarto efeito: Ciro Gomes já sente que pode entrar no páreo presidencial, de novo. Com Marina, livra-se da indução maquiavélica do Palácio que o empurrava para ser candidato ao governo de São Paulo só para tirá-lo dos caminhos da Mãe do PAC.
De novo, Lula vai precisar de muito Pré-Sal de Fruta Eno. Isso tudo e a antevisão de que desse jeito Dilma não chega nem ao segundo turno no ano que vem está deixando o presidente de honra do PT cada vez mais neurastênico.
E então, o leve efeito cascata - porque não são tantos assim no PT que provoquem quedas d'água em tamanha proporção:
Depois de Marina Silva, senador Flávio Arns
anuncia que também está saindo do PT
Publicação: Agência Brasil; Agência Senado; jornal O Globo
BRASÍLIA - O senador Flávio Arns (PT-PR) disse nesta quarta-feira que vai deixar o partido por entender que a legenda abandonou suas bandeiras da ética e da transparência ao se posicionar favorável ao arquivamento das denúncias no Conselho de Ética contra o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP) .
Publicação: Agência Brasil; Agência Senado; jornal O Globo
BRASÍLIA - O senador Flávio Arns (PT-PR) disse nesta quarta-feira que vai deixar o partido por entender que a legenda abandonou suas bandeiras da ética e da transparência ao se posicionar favorável ao arquivamento das denúncias no Conselho de Ética contra o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP) .
Com a saída de Arns e o anúncio do desligamento de Marina Silva (AC) , a bancada do PT no Senado sofre a sua segunda baixa. Arns afirmou que vai procurar a Justiça para não perder o mandato. Segundo ele, o PT traiu os seus ideais.
" A ética foi jogada no lixo pelo Partido dos Trabalhadores no dia de hoje " - Vou à Justiça para que ela diga claramente que temos que ser fiéis ao partido e o partido tem que ser fiel à sua filosofia, ao seu ideário e aos princípios que fizeram ele existir. E isto não está acontecendo - afirmou.
Mais cedo, durante a sessão do Conselho de Ética, Arns fez duras críticas ao partido. Ele disse que o PT "rasgou a página fundamental de sua constituição que é a ética". - A ética foi jogada no lixo pelo Partido dos Trabalhadores no dia de hoje, particularmente com a nota de seus presidente (o deputado Ricardo Berzoini) recomendando que a ética fosse jogada no lixo. Isto é uma pena infelizmente para as milhares de pessoas que lutam pelo Brasil. Infelizmente o partido deu as costas para a sociedade, o povo, os princípios, bandeiras que são tão caras para mim e tantas pessoas pelo Brasil.
Arns disse ainda que se envergonha de estar no PT: " Posso dizer que me envergonho de estar no PT com este direcionamento que o partido está fazendo " - Posso dizer que me envergonho de estar no PT com este direcionamento que o partido está fazendo. É uma vergonha para mim e quero dizer de maneira muito clara a todos os eleitores, infelizmente houve um equívoco. Eu achava que aquelas bandeiras eram para valer, não eram de mentira, ocasião, sendo pensadas para a eleição do ano que vem somente.
O senador disse que Arthur Virgílio (PSDB-AM), cujo pedido de investigação também foi arquivado no Conselho de Ética, "tem honrado o mandato que o povo lhe confiou". E acrescentou que não poderia dizer o mesmo de seus companheiros de partido que votaram a favor do arquivamento das denúncias contra Sarney, uma referência aos senadores João Pedro (PT-AM), Delcídio Amaral (PT-MS) e Ideli Salvati (PT-SC). Ele lembrou que esses senadores assinaram um documento pedindo que as denúncias fossem investigadas, mas acabaram por tomar outra posição.
" Hoje é o dia em que o PT abraça o Sarney e o Collor e a Marina sai. Triste dia esse, para o PT "
- Peço (a esses senadores) que prestem conta a seus eleitores para dizer por que se posicionaram de uma maneira em um documento discutido por todos e divulgado por escrito e votaram de outra maneira no Conselho de Ética - afirmou Arns, perguntando como se pode confiar em pessoas que tomam um posicionamento em um documento e depois tomam outro na prática.
RODAPÉ - A saída de Arns, um petista histórico, foi ofuscada pelas luzes que se projetaram sobre Marina Morena Silva, mas tem um significado de ética e moral que os petistas que fincaram pé por Sarney, Renan e Beira-Collor não conseguem nem sonhar. mesmo que os que ocupam o gabinete da presidência de honra do PT partido ao meio.