Foi assim como um resto de sol no mar, como a brisa na préamar e Mercadante fez que tudo tinha chegado ao fim. No fundo, no fundo, no fundo, apenas ensaiava a canção do exílio e, em nome de sua ligação história com Lula da Silva, resolveu que não era hora de partir porque é aqui que canta o sabiá e as aves que aqui gorjeiam, gorjeiam melhor que lá.
Resumo da opereta bufa: Mercadante - já se disse - fez que foi pela Esquerda; fez que foi pela Direita e acabou fondo do melhor jeito de ficar pelo meio. Era tudo jogo de cena. Teatro. Uma peça bem pregada que promete para o próximo ato o artista Mercadante como o mocinho que vai embora, que abandona a encenação de líder do destrambelhado PT para ser protagonista do papel principal, no palco iluminado do Banco Central do Brasil. O último ato é Henrique Meirelles deixando o lugar de grande ator do BC para atuar no roteiro de candidato a governador de Goiás, ou até - quem sabe?!? - como coadjuvante no script para a Presidência da República, no lugar da mocinha Dilma Rouchefe que, até agora, se mostra como um grande fracasso de bilheteria.
Tudo isso patrocinado pela grande estrela do espetáculo, o mecenas da República dos Calamares. Quando Lula está na ribalta é dito e feito: pano rápido.