Dilma defende publicamente o ministro da Agricultura.
Ela defendeu Wagner Rossi, cuja pasta tem sido denunciada por suspeita de irregularidades: "Não há razão para ter qualquer questão em relação ao ministro Wagner Rossi".
E em seguida falou como quem bota uma pedra em cima do assunto: "Ele já tomou as medidas e estamos sem sombra de dúvidas reiterando a confiança no ministro.". Se alguém se enterrou feio nessa aí foi a primeira-presidenta.
Dito assim, do jeito lapidar que ela disse reiterar confiança no ministro, até parece que o escândalo acabou. Se ela estivesse governando de verdade, já teria dado uma vassourada no traseiro de Rossi e um chega-pra-lá em Michel Temer.
Como não é a primeira-mulher Dilma quem dirige o Brasil, então ela pode fingir que está séria, braba, firme e forte quando solta duas frases de pouco efeito e algum impacto, dá as costas para os repórteres e uma banana para a liberdade de expressão, ao sair às pressas como se tivesse muita coisa para fazer.
R.Stuckert/PR
E sabe lá você, o que a primeira-presidenta tinha para fazer? Escalar Amorim para jogar na Defesa. Porque, afinal, em time que está ganhando, não se mexe.
Ao reiterar confiança no ministro que, desde quando o governo de Lula não era submerso, não sabe de nada do que acontece a um palmo do seu nariz, Dilma não está defendendo Wagner Rossi, está é livrando a cara de Michel Temer - rei dos portos, rios, terminais e canais que mantém acesa a chama da estiva no País.
E nem é, tampouco, pelo que Temer tem de bom, bonito e barato. Está mesmo é tentando defender a integridade moral do PMDB que já não consegue esconder o que é. E nem isso ela está fazendo, Dilma está, na verdade, defendendo a sua govenança nesse terceiro mandato Lula.
Sem o PR ela já ficou mais fraca; sem o PMDB ela entra em coma. A sua administração já está em estado letárgico. E olha que pelo mapa das minas, ela ainda não começou a perder energia. Se começaram a escarafunchar nas boas casas do ramo dos apagões, o choque pode ser fatal. Só vai faltar a extrema-unção. Como Dilma é atéia sincrética e não tem idéia do que seja esse sacramento, tudo pode dar em nada. Porque é de nada, absolutamente nada, que vive a governança de Dilma até agora.
RODAPÉ - Diga aí, dos 40 ministérios de Dilma, qual deles fez alguma coisa até agora que justificasse sua existência nesse terceiro governo do Seu Encarnado, o que não desencarna da presidência.