FAXINA SIM - FORA CPI!

Que todo tucano que já conseguiu sair de cima do muro se dê conta de uma coisa: Fernando Henrique Cardoso não tem, nem nunca teve o ar de um desodorante vencido. Não é porque tenha recebido afagos de Dilma que FHC esteja agora recomendando o fim da luta pela instalação da CPI da Corrupção e sugerindo que o tucanato se faça de faxineiro da aparente vassourada que a primeira-presidenta vem aplicando nesse terceiro governo de Lula.

Não, FHC não está caduco só porque diz que a faxina é melhor que mais uma sessão de pizza. FHC está certo. Sabe que será traído assim que botar a aliança no altar do PT.

Os tucanos não nasceram para ser mais uma ave rara de um partido da República. FHC sabe que o PSDB jamais ocupará o leito reservado ao PMDB que dorme com a democracia e acorda com a dita/dura.

Sabe que a mão de Dilma que afaga FHC e Alckmin é a mesma mão de Dilma que balança o berço.

Assim que o PMDB acordar do pesadelo que estremece os portos mais seguros de Michel Temer vai continuar mamando nas tetas do governo - ainda que sugando menos do que os petistas - e os tucanos serão de pronto rejeitados, como filhos espúrios, adotados por compulsão num daqueles momentos de instabilidade que o exercício do poder sempre provoca.

Fernando Henrique Cardoso está certo - e Álvaro Dias errado, de novo - ao frear a instalação da CPI da Corrupção. Ela é absolutamente desnecessária.

Basta para o bem do Brasil que os deputados, senadores, líderes, caciques de um  modo geral da oposição - tucanos, democratas, similares e genéricos - façam o que os repórteres de caderno-2 dos jornais e das páginas especiais da revistas semanais vêm fazendo: perguntar o que anda acontecendo com as heranças benditas  de Lula que foram deixadas em cada gabinete, em cada gaveta, em cada corredor de cada um dos ministério da governanta Dilma desse mandato submerso do Seu Encarnado, o que não desencarna do governo.

Que Álvaro Dias continue lendo jornais e revistas, mas que cumpra - antes de tudo - o papel de fiscalizador do governo que o mandato de senador lhe reserva. O Brasil precisa bem mais de um senador do que de um atento leitor. Melhor uma vassoura nova do que uma notícia de ontem.

Este weekend é da IstoÉ. Ideli Salvatti está no olho do furacão. Gravações da polícia mostram que, quando estava no Ministério da Pesca, Ideli negociou cargos no DNIT e lutou para manter um dirigente acusado de irregularidades.

As conversas foram com o ex-deputado Nelson Goetten, presidente local do PR, hoje preso por pedofilia. A revista está mostrando tudo. E já tem gente com azia.


Dilma não tem como voltar atrás. O mais ágil e saudável para a limpeza do Brasil é mesmo a vassoura. Se a oposição acha que não tem carcaça para ser gari da República, então já faria muito pelo País se, ao invés de apenas ler jornais e revistas, arregaçasse as mangas e consultasse os arquivos da Polícia Federal, do Tribunal de Contas da União, do Ministério Público de todas as escalas e comarcas. Trabalho é que não falta. Tem tanto até quanto o lixo que vai continuar aparecendo.
 
RODAPÉ - No fundo, no fundo, tudo que vem à tona é herança de Lula. No caso de Ideli Salvatti, Dilma perdeu a chance de livrar-se dela quando percebeu que mesmo sendo uma paulista insular barriga-verde Ideli nem sequer sabia pescar. Nem nadar. Estava naufragando. Dilma resolveu bancar a bóia. Entrou numa canoa furada.