nenhum funcionário".
Levado pela mídia - que hoje faz o papel que deputados e senadores não fazem - Wagner Rossi, ministro de Michel Temer na Agricultura, na Pecuária, no Abastecimento e para negócios aleatórios, disse que não tem objeções em contratar pessoas indicadas por lideranças do partido.
Fala assim como se o aparelhamento descarado promovido pelo PMDB dentro da empastelada Pasta fosse apenas a distribuição de três ou quatro cargos para parentes de figuras públicas e notórias do partido que está em todas de todos os governos.
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O diabo é bem mais feio do que parece. Não há um só diretor na estrutura atual do ministério que seja de carreira. Nenhum deles, como se exige para admissão de um porteiro, um recepcionista, uma secretária executiva, passou por qualquer teste de aptidão antes chegar ao cargo que ocupa. Nepotismo é o de menos; o que deveria importar para o bem do serviço devido à nação é a qualificação. Para isso, no entanto, Rossi está desligando e andando.
Há mais de oito anos que nepotismo no Brasil tem um significado bem mais amplo do que a definição que está no Aurélio.
Vai além de protecionismo a parentes de primeiro e segundo graus; chega aos portadores de carteirinha do partido, aos traficantes de interesse, aos facilitadores de negócios, aos consultores vocacionados, aos terceirizados, aos bons de bico, de aperitivo, dos comes e bebes.
Wagner Rossi tangencia o assunto: “O fato de ser parente não credencia nem descredencia ninguém. Não tenho nenhum parente, mas acho legítimo que as pessoas possam indicar pessoas que possam ser aproveitadas”.
Então tá, "ser parente não credencia nem descredencia"... Só influencia. Esses loteadores da coisa pública que se arvoram a proprietários do Brasil estão merecendo mesmo é de fazer concurso. A começar pelos ministros. Desde que as provas não sejam elaboradas pelos parentes de quem já entrou pela porta dos fundos.