Pelas contas do governo Lula, o Brasil sofre de dois grandes males: in/segurança, des/emprego, des/nutrição, des/igualdade social... Já são quatro? Pois não pára por aí. É que às vezes os dedos da mão são poucos para contar direito. Em outras tantas falta diploma para acertar os números.
O pior é que o governo está atônito e inerte. Não sabe o que fazer. Então encurta caminhos e aumenta a distância que o separa da triste realidade de um povo que vive de migalhas nesse jogo eleitoreiro da bolsa ou a vida.
Lula prometeu, para eleger-se presidente em 2002, 10 milhões de empregos. Hoje, pra lá da metade de 2009, rumo ao fim do segundo mandato, ele criou uma legião de 15 milhões de desempregados formando uma nação de 25 milhões de ociosos.
E assim vai perdendo a chance de honrar sua palavra e seus compromissos com a sociedade brasileira que morre de SUS e de bala perdida.
Para a segurança, Lula teria que, uma vez mais, dedicar-se ao esporte que mais gosta: contrariar o PT. Bastaria mandar para o Congresso Nacional - a maior casa de tolerância do país - uma medida provisória em caráter (?) de urgência ordenando a imediata colocação de um guarda em cada esquina.
Não, não se trata de um regime ditatorial. É apenas a garantia de que, com um polícia vigiando o outro, o assalto seria mais difícil. E o bandido de ontem seria o assalariado de hoje, com status de funcionário público - cercado de regalias, mordomias e cartões corporativos, ótimos para comprar bolsas de grife e tapioca da boa nos bares mais próximos.
Só aí, o governo Lula já teria criado pelo menos 20 milhões de empregos estatais, o triplo de votos para 2010, 2014 e todo o sempre, amém; além de se livrar da incômoda atuação dos arapongas federais que atendem ao melífluo Genro - o Tarso da Justiça que quer, porque quer, governar de novo o Rio Grande do Sul, lá onde termina ou começa o Brasil.
Já com relação à des/nutrição e à des/igualdade social, ao invés de alimentar a prática esportiva da costumeira tapioca e cavocar quotas eventuais aqui, ali e acolá, bom seria livrar-se logo do peso morto desses sacos de gatos que fazem esporte por esporte e são craques na arte de se nutrirem à la gandaia, lambusados pela farinha do mesmo saco recheado de dinheiros da burras públicas: Ministério do Esporte, federações, confederações, clubes de fachada, bancada da bola, comitês olímpico, paraolímpico e organizações não-governamentais que se sustentam e vivem à farta - imagine só! - graças ao governo.
Seria bastante ao governo Lula, fenômeno inigualável de vitórias no tapetão, baixar à Casa do Polvo - sempre com a devida e providencial urgência - outra medida provisória que nem a do achaque ao cheque, ordenando o retorno modernizado das velhas e eficientes aulas de ginástica dos bons tempos do ensino seriado: primário, ginasial, científico, normal, assemelhados e superior.
Hodiernamente, é claro. A partir de amanhã mesmo - considerada a urgência exigida no textículo presidencial - nenhum estabelecimento de ensino, seja lá qual for o seu grau, poderia funcionar sem um bem urdido e montado setor de Saúde e Educação Física que atenderia pelo
codinome de Secretaria, Departamento, Diretoria, ou coisa quetal.
Assim é que a coisa funcionaria assim: cada escola teria, sob o mando de seu diretor, um departamento completo - professor de educação física, médico, fisioterapeuta, dentista, psicólogo, nutricionista, massagista... Tudo colocado no currículo obrigatório. Infreqüência seria sinônimo de repetência. As aulas de ginástica - pelo menos três vezes por semana - fariam o milagre da multiplicação de uma geração saudável; uma geração de atletas; uma geração distante das ruas, das drogas, do crime, da ociosidade.
E olhe aí de novo as contas das vagas oferecidas: multiplique cada emprego de dedicação exclusiva para cada um desses profissionais - que hoje saem dos educandários com diplomas que valem menos do que carteirinha partidária - pelo número de estabelecimentos de ensino, públicos e privados, em todo o país. Milhões de oportunidades, outra vez. E de votos, para quem é do ramo.
O governo Lula está esperando o quê?!? Bolas, não é ele que vai trabalhar. É só fazer o que mais sabe fazer: mandar. Manda e pronto! Fabrica um novo Brasil.
Como o esporte é a mais ágil e saudável forma de inserção social, o Brasil seria, enfim, campeão do mundo em qualidade de vida. E o governo então alcançaria o sonho de todos os governos da face da Terra: ter 190 milhões de votos de aprovação em um país de 190 milhões de habitantes.
Um dia, a gente ainda fala sério sobre isso.